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Tem mais de 50 km! Conheça a maior ponte marítima do mundo [vídeo]

Ao longo de 55 quilômetros sobre o mar, essa ponte de 400 mil toneladas liga Hong Kong a Macau e à cidade Zhuhai, na China

55 quilômetros. Essa é a extensão da maior ponte marítima do mundo, que fica na China e conecta Hong Kong a Macau e à cidade Zhuhai. Para você ter uma ideia da dimensão desta ponte sobre o mar, imagine uma estrutura entre os centros de São Paulo (SP) e Jundiaí (SP), por exemplo. Outra referência: é pouco mais de quatro vezes mais extensa que a ponte Rio-Niterói.

Esta reportagem integra uma série sobre megaprojetos ao redor do mundo, publicada às terças e quintas-feiras. Nesta série, o Olhar Digital já abordou, por exemplo: a usina hidrelétrica Itaipu, a Las Vegas Sphere e a ilha artificial Palm Jumeirah, em Dubai.

Maior ponte marítima do mundo

Confira abaixo um raio-x da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau:

  • Extensão e composição: A estrutura se estende por aproximadamente 55 quilômetros e conta com pontes, um túnel subaquático de quase sete quilômetros entre duas ilhas artificiais e estradas;
  • Contribuição para integração regional: A ponte é um elemento chave na criação de uma Grande Baía, cujo objetivo era transformar a região do delta do Rio das Pérolas num centro econômico com ênfase em tecnologia estilo o Vale do Silício, nos Estados Unidos;
  • Resistência a condições extremas: Projetada para suportar desastres naturais como terremotos e tufões, a construção usou 400 mil toneladas de aço – suficiente para erguer 60 torres Eiffel. Isso garantiu robustez e durabilidade frente a condições ambientais adversas;
  • Inovações tecnológicas: A ponte dispõe de avançados sistemas de monitoramento e controle, com sensores para monitorar o cansaço dos motoristas, bem como controlar a pressão e o ritmo cardíaco (!);
  • Impacto ambiental e social: Apesar de suas características técnicas impressionantes, a construção da ponte foi alvo de críticas devido ao seu impacto ambiental, especialmente sobre a população de golfinhos brancos na região. Também levantou preocupações com a segurança dos trabalhadores durante a construção e a influência de Pequim sobre regiões com certo grau de autonomia.

Por um lado, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau é uma maravilha da engenharia moderna, pensada para impulsionar a integração econômica e a conveniência de transporte. Por outro, seu desenvolvimento veio com desafios significativos e críticas que destacam a complexidade de equilibrar progresso tecnológico e de infraestrutura com responsabilidade social e ambiental.

Extensão e integração regional

(Imagem: tmlau/Shutterstock)

Inaugurada em 2018, após nove anos de construção (e diversos atrasos no cronograma, segundo a BBC), a ponte liga a ilha de Lantau, em Hong Kong, à antiga colônia portuguesa de Macau e à cidade de Zhuhai, na província de Cantão – a mais dinâmica da China.

A ponte é, na verdade, uma combinação de pontes, túneis e ilhas artificiais, conforme apontado numa reportagem do SBT. A estrutura inclui um túnel subaquático de quase sete quilômetros entre duas ilhas artificiais, além de viadutos e estradas que conectam as cidades em questão – as três principais costeiras no sul da China.

Aproximadamente 30 quilômetros da extensão da ponte atravessa o mar do delta do Rio das Pérolas. Já uma seção de 6,7 quilômetros mergulha num túnel submarino, que passa entre duas ilhas artificiais. Por que? Para abrir passagem a navios. Depois, vem estradas, viadutos e túneis terrestres, responsáveis por conectar Zhuhai e Hong Kong à ponte principal.

(Imagem: tmlau/Shutterstock)

A ponte foi projetada para facilitar o transporte e a integração (social e econômica) entre as cidades, que são regiões autônomas, e a China continental. Para você ter uma ideia, até então o percurso entre Zhuhai e Hong Kong, por exemplo, demorava quatro horas. Por meio da ponte, leva meia hora. Em fevereiro de 2024, mais de 144 mil pessoas atravessaram o posto fronteiriço em Zhuhai no quarto dia dos feriados do Ano Novo Lunar chinês – maior número desde a inauguração da ponte.

O propósito da China ao construir a ponte colossal foi criar uma Grande Baía, abraçando Hong Kong, Macau e outras nove cidades no sul do país asiático. A ideia era criar uma baía para competir com as de São Francisco e Nova York, nos EUA; e de Tóquio, no Japão, por exemplo. Além disso, a expectativa da China era transformar a região numa zona econômica com ênfase em tecnologia. Uma espécie de Vale do Silício chinês.

Ainda falando sobre extensão de pontes, uma curiosidade: a maior ponte do mundo também fica na China. A ponte Danyang-Kunshan tem 164,8 quilômetros de comprimento e liga as cidades Danyang e Kunshan, na província de Jiangsu. Concluída em 2011, a ponte é utilizada para tráfego ferroviário de alta velocidade.

Composição da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau

(Imagem: tmlau/Shutterstock)

Em relação à sua estrutura, a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau foi projetada com características específicas para assegurar sua resistência a condições extremas, incluindo terremotos e tufões, dois tipos de desastres naturais comuns na região onde ela fica. Essa capacidade de resistir a eventos extremos é crucial, dada a sua localização estratégica e a importância da infraestrutura para a integração econômica e o transporte na área do delta do Rio das Pérolas.

Para a ponte aguentar o tranco de terremotos, sua construção usou tecnologias de engenharia sísmica avançadas – por exemplo: a instalação de amortecedores e juntas de expansão que podem absorver as forças geradas por tremores de terra, minimizando os danos estruturais. A estrutura foi projetada para flexionar e absorver as energias sísmicas, em vez de resistir rigidamente, o que reduz o risco de falhas catastróficas durante um terremoto.

Já para a ponte resistir a tufões, que podem trazer ventos extremamente fortes e chuvas pesadas, foi preciso selecionar materiais de construção de alta qualidade e usar design aerodinâmico para as seções expostas ao ar. Isso ajuda a reduzir o impacto dos ventos fortes sobre a estrutura, assegurando sua estabilidade e segurança mesmo sob condições adversas. Além disso, a altura da ponte foi calculada para garantir que permanecesse acima das ondas geradas por tufões, reduzindo o risco de danos causados pela água.

Por último, mas não menos importante: a construção da ponte usou 400 mil toneladas de aço – o suficiente para erguer 60 torres Eiffel. Essa quantidade de aço não apenas confere resistência à estrutura, mas também flexibilidade. Essas são características essenciais para a durabilidade em condições extremas.

Inovações tecnológicas

(Imagem: Nick Poon/Shutterstock)

A construção da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau também trouxe diversas inovações tecnológicas notáveis, com destaque para a implementação de sistemas avançados de monitoramento e segurança.

Entre essas inovações, estão centrais de monitoramento que avaliam o estado de alerta dos motoristas em tempo real. Esse sistema é capaz de detectar sinais de fadiga, como três bocejos em menos de 20 segundos, o que é interpretado como um alerta de cansaço. Nesses casos, o sistema sinaliza para que o motorista seja parado, provavelmente para descansar ou ser avaliado, antes de continuar a viagem.

Além disso, a ponte tem sensores que monitoram indicadores de saúde dos motoristas, como pressão arterial e ritmo cardíaco. Essa tecnologia visa prevenir situações de risco à saúde que poderiam levar a acidentes. Esses sistemas de monitoramento representam um passo significativo na incorporação de tecnologias inteligentes em infraestruturas de grande escala.

Impactos social e ambiental da ponte

(Imagem: Nick Poon/Shutterstock)

A construção da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, apesar de suas inovações e benefícios em termos de infraestrutura e integração regional, também teve impactos sociais e ambientais significativos que geraram controvérsias e críticas.

Um dos principais impactos ambientais foi relacionado à vida marinha, particularmente os golfinhos brancos chineses, espécie considerada vulnerável. A região afetada pela construção da ponte é habitat desses golfinhos – e o projeto causou preocupações significativas quanto à sua preservação.

“O projeto causou danos irreversíveis ao mar. Receio que o número [de animais] nunca mais volte a subir”, disse a diretora-assistente de preservação marinha no Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).

(Imagem: tmlau/Shutterstock)

Socialmente, a construção da ponte levantou preocupações relacionadas à segurança dos trabalhadores. Houve relatos de mortes e ferimentos entre a força de trabalho envolvida no projeto. Pelo menos 18 trabalhadores morreram durante a construção, segundo autoridades ouvidas pela BBC. Isso levou a mídia local a apelidar a estrutura de “ponte da morte”.

Essas mortes e acidentes chamaram a atenção para as condições de trabalho e as medidas de segurança implementadas nos canteiros de obras, suscitando debates sobre os padrões de segurança laboral e a importância da proteção dos trabalhadores em grandes projetos de infraestrutura.

Além disso, houve críticas quanto ao impacto da ponte na autonomia de Hong Kong, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Críticos argumentaram que a obra era mais uma tentativa de Pequim de aumentar sua influência sobre a região – ex-colônia britânica que, em tese, possui autonomia graças ao princípio “um país, dois sistemas” decidido durante a devolução do território à China, em 1997.

Fonte: Olhar Digital

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