O advogado de defesa de Regina dos Santos (foto), residente em Araruna, que na última segunda-feira, 11 de março, admitiu ter cometido o homicídio do próprio filho recém-nascido de três dias por asfixia, alega que ela não possui capacidade psíquica para confessar qualquer delito. Nesta quinta-feira, 14, ela prestou novo depoimento à Polícia Civil, no qual confessou ter tirado a vida de outros dois filhos logo após o nascimento, nos anos de 2013 e 2016.
O advogado da mulher, Pedro Ricardo Camargo, afirmou que solicitará uma avaliação médica, pois a cliente não se encontra em condições físicas e psicológicas adequadas. “Quero salientar que pessoalmente estive presente no interrogatório complementar da senhora, no qual supostamente ela teria admitido a prática de dois outros crimes, um ocorrido em 2013 e outro em 2016. Entretanto, a senhora não possui aptidão física nem mental para afirmar ou confessar qualquer delito. Por conseguinte, ainda hoje (sexta-feira, dia 15), a defesa apresentará ao judiciário um pedido de intervenção médica em favor da senhora, a fim de que ela possa ser submetida a uma avaliação por um profissional médico que possa atestar sua saúde mental, permitindo, assim, a elucidação completa dos fatos. Devo informar que nem mesmo este advogado possui autoridade para influenciar as decisões tomadas pela senhora; caso contrário, a orientaria a permanecer em silêncio, assim como fez no momento de sua prisão em flagrante, evidenciando o estado psicológico atual da investigada”, relatou.
A delegada do caso, Karoliny Neves Marques, explicou que, assim como ocorreu desta vez, em situações anteriores a mulher também conseguiu ocultar a gravidez do parceiro – que naquela época era outro homem – durante os nove meses de gestação, quando residia em Cianorte.
Karoliny esclareceu que a autora somente confessou os crimes passados ao saber que a delegacia já possuía os registros médicos que comprovavam as gestações nos anos anteriores. A delegada também afirmou que a mulher – mãe de dois jovens de 17 e 19 anos – conseguiu enganar a todos, inclusive o atual marido, que não está envolvido no caso.
“Segundo relatos de familiares, ele tinha o desejo de ter um filho e formar uma família com ela (os dois adolescentes são enteados do atual marido)”, relatou a delegada, acrescentando que as investigações estão em andamento para determinar se ela teve outras gestações ao longo da vida, já que nenhuma delas foi perceptível.
“Ela relatou que a primeira gravidez só foi descoberta no momento do parto, enquanto a segunda ela mesma informou aos familiares. Quanto aos outros três, que ela confessa ter matado após o parto, afirma que agiu naturalmente, mas que ninguém notou nenhuma diferença em seu corpo”, revelou Marques.
Atualmente, a mulher está detida e enfrentará acusações de homicídio qualificado, por meio cruel (devido à asfixia do filho com sacos plásticos), além do crime de ocultação de cadáver. Os filhos falecidos nos anos anteriores teriam sido mortos da mesma forma, o que agrava ainda mais a situação.
Com: GMC Online