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Vídeo mostra bate-boca entre advogado e juiz durante julgamento no Paraná: “Mentiroso”

O caso aconteceu na última quinta-feira, dia 7 de dezembro

Um vídeo que mostra uma discussão entre um juiz e um advogado, no Tribunal do Júri de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, está circulando nas redes sociais e provocando polêmica. O caso aconteceu na última quinta-feira, dia 7 de dezembro, durante o julgamente de um caso de homicídio.

Caio Percival é o advogado que aparece nas imagens discutindo com o juiz Hermes da Fonseca Neto. Eles estavam ouvindo a primeira testemunha do caso, um investigador da Polícia Civil do Alto Maracanã, quando os ânimos se exaltaram.

Em determinado momento, o juiz chama o advogado de mentiroso.

Juiz – O senhor é mentiroso
Advogado – Coloca lá por gentileza
Juiz – Mostra aí
Advogado – Vou mostrar
Juiz – Mostra que eu quero ver
Advogado – Calma

Na sequência, o magistrado impede a defesa do réu de fazer uma pergunta à testemunha.

Juiz – Não vou deixar o senhor perguntar isso
Advogado – Eu vou fazer outras perguntas então
Juiz – Ah doutor, não
Advogado – Tudo bem, vamos prosseguir?
Juiz – Não doutor. Quem preside o ato sou eu. Então se vai seguir ou não vai, sou eu (que decido)

No final do vídeo, é possível ouvir o juiz dizendo que o advogado não sabe se comportar, dissolvendo o Conselho de Sentença e suspendendo o julgamento.

“O senhor está interferindo na defesa desde o início”, ainda diz Percival.

Assista ao momento no vídeo abaixo:

Suspeição

Em entrevista à Banda B, o advogado Caio Percival, que representa o homem acusado de homicídio no caso, revela que entrou com uma representação junto ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para pedir a suspeição do juiz.

“Estamos arguindo a suspeição dele a partir de uma representação frente ao CNJ. Esse juiz não tem condições de presidir esse julgamento, porque ele não é imparcial. Ele não deixa a gente fazer perguntas para a testemunha, me desafiou a mostar uma prova que eu estava ali perguntando e quando eu ia mostrar ele não deixava”, afirmou Percival.

Ainda de acordo com o advogado, o magistrado cometeu diversos abusos de autoridade.

“Ele interferiu na defesa, cometendo vários abusos de autoridades, chamou o advogado de mentiroso, desafiando o advogado a mostrar uma prova. A postura dele era de acusador, andando de mãos dadas com o Ministério Público”, criticou.

Um novo julgamento deve acontecer apenas em março de 2024.

A reportagem da Banda B entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e aguarda um posicionamento sobre o caso.

O crime

O réu do caso em questão é acusado de matar o jovem Guilherme de Oliveira Garlini, na época com 21 anos, no município de Colombo. O crime teria sido motivado pelo simples fato da vítima ter empinado uma motocicleta em frente da casa do autor.

Segundo levantado pelas investigações, o suspeito não gostou da atitude da vítima, e passou a persegui-la. No dia do crime, o autor encontrou a vítima em uma rua do bairro, foi até a sua residência, pegou uma arma de fogo – pistola calibre 380 – e efetuou vários disparos contra ela, que mesmo ferida tentou fugir para o interior de uma oficina, mas foi alcançada pelo autor, tendo ele desferido mais disparos, levando a mesma a óbito, segundo relato do delegado Herculano Augusto de Abreu, da Delegacia do Alto Maracanã.

O acusado chegou a ficar foragido por quase 1 ano, e após um longo trabalho investigativo e de inteligência, os investigadores conseguiram localizar o suspeito escondido em uma residência localizada no bairro Jardim Israelense, em Araucária, também na Regiâo Metropolitana de Curitiba.

Banda B

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