[the_ad_group id="3495"]

Estranho vidro amarelo encontrado no deserto tem origem extraterrestre, revela estudo

O vidro amarelo foi descrito pela primeira vez em 1933 e desde então a origem do material é objeto de debate entre cientistas

Pedaços de vidro com coloração amarela espalhados pelo Grande Mar de Areia, deserto de 72 mil quilômetros quadrados que se estende entre o Egito e a Líbia, sempre intrigaram os cientistas. Eles foram descritos pela primeira vez em um artigo científico em 1933. Mas agora, pesquisadores parecem ter descoberto a origem do material.

Material desperta curiosidade

  • Vidros criados por processos naturais são encontrados em outras partes do mundo, como as moldavitas, na Europa, e as tectitas, na Costa do Marfim.
  • Mas nenhum deles é tão rico em sílica ou tão grande quanto os do deserto da Líbia.
  • Os colecionadores de minerais valorizam o vidro amarelo por sua beleza e sua relativa raridade.
  • O material já foi encontrado em um pingente localizado no túmulo do faraó egípcio Tutancâmon.
  • As informações são da ScienceAlert.
Vidro amarelo encontrado no deserto do norte africano (Imagem: Elizaveta Kovaleva)

Origem do vidro

A origem do vidro é objeto de debate entre cientistas há quase um século. Alguns sugeriram que ele poderia ser originário de vulcões na Lua. Outros propõem que é produto do fenômeno fulgurite, quando vidros se formam a partir da fusão da areia e do solo após serem atingidos por raios. Há, ainda, teorias de que o material foi formado por processos sedimentares ou hidrotermais.

Mas um novo estudo de pesquisadores de universidades e centros de ciência na Alemanha, Egito e Marrocos, identificaram a real origem do vidro do deserto líbio. Segundo eles, o material é resultado de impacto de um meteorito na superfície da Terra.

Em 1996, os cientistas já haviam descoberto que o vidro tinha cerca de 29 milhões de anos. Um estudo posterior sugeriu que o material de origem era composto por grãos de quartzo, revestidos com argilominerais mistos e óxidos de ferro e titânio. Essas substâncias, no entanto, não existiam naquele local do planeta naquele período.

No novo trabalho, especialistas coletaram pedaços do vidro na região de Al Jaouf, no sudeste da Líbia. As amostras foram analisadas a partir de uma técnica de microscopia eletrônica de transmissão (MET) de última geração, que permite ver minúsculas partículas de material, 20 mil vezes menores do que a espessura de uma folha de papel.

O resultado: foram encontrados diferentes tipos de óxido de zircônio (ZrO₂). Esses minerais são compostos por elementos químicos, cujos átomos formam embalagens tridimensionais regulares. Além disso, só são formados em temperatura extremas, entre 2.250°C e 2.700°C, e em altas pressões, cerca de 130 mi atmosferas.

Essas condições, de acordo com os pesquisadores, só podem ser reproduzidas pelo impacto de um meteorito ou pela explosão de uma bomba atômica. Dessa forma, eles resolveram o mistério. Agora, estão buscando o local onde o corpo celeste atingiu a Terra.

Olhar Digital

Sair da versão mobile