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Saiba quem é Ranani Glazer, brasileiro encontrado morto em Israel

Ranani Glazer participava de festival de música com amigos, quando o grupo extremista Hamas atacou Israel

Um dos três brasileiros desaparecidos em Israel após o ataque do grupo radical Hamas, Ranani Nidejelski Glazer foi encontrado morto.

Glazer teve sua morte confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Itamaraty, nesta terça-feira (10/10). O Itamaraty prestou solidariedade aos familiares e amigos de Ranani, e reiterou “seu absoluto repúdio a todos os atos de violência, sobretudo contra civis”, por meio de nota à imprensa.

Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Glazer vivia há sete anos em Israel. Ele tinha cidadania israelense e morava na capital, Tel Aviv, com amigos.

Com 24 anos, trabalhava como entregador e chegou a prestar serviço militar em Israel.

Em suas redes sociais, Glazer publicava diversos festivais eletrônicos dos quais participava. Segundo amigos, enfrentava a vida com bom humor e alegria. E gostava de conhecer lugares: sempre postava relatos e fotos das viagens que fazia, como as visitas a Amsterdã, Portugal, e Reino Unido.

Ele é um dos brasileiros que participava da rave Universo Paralello, criada há 23 anos pelos pais do DJ Alok e organizado pela empresa Tribe of Nova. Ranani, sua namorada Rafaela Treistman, e o amigo, Rafael Zimerman, aproveitavam o festival quando os bombardeios começaram.

A rave estava próxima à região israelense atacada pelo grupo radical Hamas, perto da Faixa de Gaza. O festival foi invadido por homens armados, que cercaram o local e jogaram granadas.

O grupo de amigos havia tentado se esconder em um abrigo quando os ataques começaram, mas se perderam de Ranani Glazer. Horas depois, seu corpo foi encontrado.

Mortos além de Ranani Glazer

Mais de 100 mil soldados israelitas fazem cerco à Faixa de Gaza, após os ataques do grupo Hamas, no último sábado (7/10). A guerra entre Israel e o Hamas entrou em seu quarto dia, com um saldo de 1,5 mil mortos confirmados até agora. Os feridos já passam de 4,5 mil. O Hamas teria mais de 100 reféns, ameaçou matar cada um por cada contraofensiva, e Israel convocou 300 mil reservistas, além de ter encontrado 1,5 membros mortos do Hamas.

O Movimento de Resistência Islâmica é um grupo radical que foi financiado pelo Irã, cujo objetivo oficial seria “garantir a libertação dos palestinos e lutar pelo fim de Israel”. O líder do Irã, Ali Khamenei, chegou a chamar o país de “câncer”. O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2007, quando jurou destruir os inimigos.

O grupo fez um ataque surpresa no último sábado (7/10), em que efetuou 5 mil foguetes, segundo o Hamas. De acordo com o governo, foram 2 mil disparos.

O estatuto do Hamas inclui Israel como território palestino, e define a Palestina como terra islâmica, não judia. Foi criado com o início dos conflitos na Faixa de Gaza, e o Hamas é considerado um grupo antissemita, pois também ataca os judeus enquanto povo.

O conflito na Faixa de Gaza

A Faixa de Gaza é um dos territórios mais conflituosos do mundo, tendo sido palco de uma disputa que se estende desde 1967, quando Israel invadiu a Cisjordânia e a Faixa, na terra que antes era conhecida como Palestina, local também muito associado ao “lar original” dos judeus, na Bíblia.

É um território de 41 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura. Faz fronteira com o Egito, com Israel e o Mar Mediterrâneo, e abriga cerca de 2,3 milhões de pessoas. Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), 80% da população da Faixa de Gaza depende da ajuda internacional, e 187,5 mil deixaram suas casas na região.

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