Câmeras de segurança registraram o momento em que o professor universitário suspeito de tentar sequestrar uma criança nesta quarta-feira, 18, em Quatro Barras, na região metropolitana de Curitiba, abordou um adolescente minutos antes de ser preso pelo crime. As imagens mostram o servidor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) conversando com o adolescente e deixando o local em seguida – veja o vídeo abaixo.
O professor, que é doutor em Engenharia Mecânica, foi detido sob a suspeita de tentar sequestrar uma menina de 11 anos, na região central do município, enquanto ela aguardava um ônibus para ir à escola. O episódio aconteceu por volta de 12h20. De acordo com o boletim de ocorrência sobre o caso, a garota percebeu a presença do veículo do professor na rua ao deixar o condomínio em que a tia mora.
Ao atravessar a via, o suspeito teria ligado o carro e tentado abordá-la, “insistindo por várias vezes que ela entrasse” no veículo, diz o documento. Familiares da criança descreveram que o professor tentou descer do automóvel para “pegar ela”. Neste momento, a vítima teria corrido em direção a um mercado e pedido ajuda. Poucos minutos depois, o pai e o tio foram às ruas da cidade para tentar localizar o veículo e o suspeito descrito pela garota. Após encontrá-lo, a Guarda Municipal (GM) foi acionada e encaminhou os envolvidos para a delegacia.
Veja o vídeo que mostra momento em que o professor universitário suspeito tenta sequestrar uma criança
Cerca de cinco minutos antes de abordar e supostamente tentar sequestrar a estudante, o professor foi flagrado se aproximando e conversando com um adolescente. Nas imagens, ele aparece estacionando um veículo Fiat Doblò na rua Miguel Vidolin, dando marcha à ré e chamando o garoto, que se aproxima do suspeito. O jovem parece tentar puxar o braço após supostamente cumprimentá-lo. Em seguida, o servidor da UFPR deixa o local.
De acordo com a família da menina abordada pelo suspeito e a Polícia Civil, ele pagou uma fiança de R$ 2 mil na delegacia e foi liberado. A Banda B tenta contato com a defesa do professor.
A tentativa de sequestro
À reportagem, a tia da estudante – que prefere não se identificar – disse que a vítima foi interpelada a cerca de 50 metros do condomínio em que estava. “Quando desceu, ela ligou pelo interfone para que eu abrisse o portão e pudesse sair. Às 12h26, o interfone tocou de novo e ela pediu que eu abrisse o portão para entrar novamente. Pensei que ela tivesse perdido o ônibus. Quando entrou em casa, ela já não falava mais. Chova muito. Estava desesperada. Me abraçou e disse: ‘Tô com medo’”, narrou a tia.
“Um homem tentou me sequestrar e queria que eu entrasse no carro”, afirmou a estudante à tia, segundo relatou à Banda B.
A menina chegou a descrever que ignorou uma primeira abordagem do professor. Após acionar a marcha à ré e ter se dirigido à criança novamente, ela teria corrido. “Ela ignorou na primeira vez porque sempre foi bem instruída sobre não conversar com quem não conhece. O cara insistiu, e ela olhou. Nisso, ele falou: ‘Venha aqui’. Aí ela voltou para trás. Ela estava do outro lado da rua, no outro sentido da via. Em seguida, ela saiu correndo e gritando em direção ao mercado”, afirmou a tia.
O pai da menina, após encontrar o suspeito, teria ligado para ela a fim de que pudesse reconhecer o suspeito via chamada de vídeo no celular. “Ela deu um grito dentro de casa, se jogou no sofá e disse que era ele. Ela ficou desesperada”, prosseguiu a tia.
O que diz a UFPR
Procurada pela reportagem, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) informou que irá aguardar o resultado das investigações e a decisão da Justiça em relação ao caso. Além disso, afirmou que está à disposição da Polícia Civil para colaborar com as investigações. Leia a nota na íntegra:
“A Universidade Federal do Paraná (UFPR) comunica que tomou conhecimento, por meio da imprensa, de recentes denúncias envolvendo um professor da instituição, na cidade de Quatro Barras. A UFPR reitera o compromisso de aguardar as investigações em curso e a subsequente decisão da justiça, respeitando rigorosamente os princípios do amplo direito de defesa e do contraditório, que são fundamentais em casos de acusações criminais. Além disso, a instituição destaca sua disposição em colaborar integralmente com as autoridades competentes no que for necessário para esclarecer os fatos.”