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Dia da Cerveja: especialista ensina truques para apreciar a gelada como profissional

Qual o tamanho do colarinho? Copo americano ou taça? Autora de ‘O livro da cerveja’ tira estas e outras dúvidas e dá dicas para apreciar cada gota

Hoje, a comemoração é em dobro. Além do fim de semana dobrando a esquina, celebra-se nesta sexta-feira (4) o Dia da Cerveja, um motivo a mais para abrir as torneiras. Para ajudar os cervejeiros de plantão a apreciarem ao máximo a gelada, em casa ou no bar, conversamos com a especialista Francesca Sanci, autora de “O livro da cerveja”, que esclarece as dúvidas mais comuns sobre a bebida que é paixão nacional e dá um glossário para quem quer mergulhar nessa.

Veja as dúvidas mais comuns sobre a cerveja:

  • Quais os tipos de cerveja favoritos no Brasil? É inegável a preferência dos brasileiros pelas cervejas Pilsen e as Lagers claras e refrescantes, como a American Lager. Já virou cultural. Em segundo lugar, estão as cervejas de trigo, como Witbier e Weissbier.
  • O que vem dentro do rótulo? A cerveja é uma bebida produzida com malte, água e lúpulo, fermentada por leveduras que podem ser adicionadas propositalmente ou não. Além disso, nossa legislação permite a adição dos chamados adjuntos que podem variar de grãos não maltados até ervas e especiarias.
  • Que aspectos devemos observar nas cervejas? Normalmente, quando vamos avaliar uma cerveja, prestamos atenção de forma visual, olfativa e gustativa. No visual, observamos a cor da cerveja, a turbidez (ou transparência), além da formação e persistência da espuma. No olfato, percebemos as nuances aromáticas relacionadas aos ingredientes e processos. Já na boca, percebemos os gostos básicos: acidez, dulçor, amargor e, em alguns casos, salinidade. Além disso, também notamos o corpo (sensação de “peso” na língua), carbonatação (nível de efervescência) e cremosidade.
  • A cerveja deve estar sempre gelada? Existem temperaturas ideais diferentes para cada estilo de cerveja. A Pilsen é tradicionalmente gelada. Outras mais encorpadas e complexas, evoluem em várias nuances. Para estas, aconselho servir geladas, mas beber aos poucos, para apreciar a evolução do sabor conforme a temperatura aumenta.
  • Mais ou menos colarinho? Cada tipo de cerveja tem propriedades diferentes em relação à espuma. A gente tem a percepção de que colarinho é um roubo, mas ele faz parte da cerveja. É que nem o gelo no drink.
  • Existe um copo ideal? A utilização de cada copo pode interferir sim na percepção do produto. Os mais bojudos permitem uma degustação mais lenta e analítica de cervejas mais complexas, a exemplo das taças pilsen, muito utilizadas no chope e as tulipas. Um detalhe são as hastes, que ajudam a evitar o contato das mãos com o bojo. Já os copos mais retos vão bem com cervejas refrescantes de aromas sutis — como o campeão das mesas de bar no Brasil, o copo americano.
  • Quais as tendências no mundo da cerveja? As bebidas alcoólicas mistas, chamadas ready to drink, são uma tendência mundial. Um exemplo é a Radler, mistura de suco com cerveja. Outra que ainda não chegou na boca do povo, mas vem crescendo entre os apreciadores, é a Catarina Sour, ácida, frutada e refrescante, que se assemelha ao vinho rosé. Internacionalmente, é reconhecida como um estilo tipicamente brasileiro.
Cerveja bebida alcóolica — Foto: Freepik

Glossário

  • Ale. Cervejas que possuem leveduras que sobem à superfície do tanque durante a fermentação e atuam idealmente em temperaturas mais altas.
  • Lager. Cervejas que possuem leveduras que vão para a parte inferior do tanque e atuam idealmente em temperaturas mais baixas.
  • Bock. Normalmente, uma lager escura alemã mais encorpada e com características maltadas e tostadas dos maltes.
  • Dunkel. Maltada como uma bock, mas menos adocicada e com aromas de casca de pão, podendo apresentar algumas notas de cacau.
  • India Pale Ale (IPA). Estilo de cerveja que possui aroma e amargor de lúpulo bem evidente, tendo hoje diversas variações e inspirações regionais, que vão além da American IPA e English IPA.
  • Pilsen. Cervejas claras, refrescantes, sem adição de adjuntos, que podem ter amargor médio, corpo médio a médio-baixo e aromas sutis de malte e lúpulo.
  • Weissbier. Cervejas de trigo de estilo alemão. Têm como características um corpo mais robusto e aromas que podem remeter a banana e cravo.
  • Witbier. Cerveja de trigo de estilo belga. Têm adição de adjuntos como casca de laranja e semente de coentro, além de serem menos encorpadas do que as cervejas de trigo alemãs.
  • Alcohol by Volume (ABV). Definido como o volume em mililitros de etanol puro em 100 ml de uma solução.
  • International Bitterness Units (IBU). Unidade internacional de amargor em partículas por milhão referente aos a-ácidos do lúpulo (responsáveis em grande parte pelo amargor) presentes na cerveja.
  • European Brewing Convention (EBC). Escala de cor européia que é representada por intervalos que variam de 3,94 a 78 +
  • Standard Reference Method (SRM). Escala de cor norte americana representada e intervalos que vão de 2 a + 40

“O livro da cerveja”, de Francesca Sanci. Edição visual de Renata Steffen e Alexandre Lucas. Editora Intrínseca. Páginas: 272. Livro impresso: R$ 99,90

O Globo

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