A forma com que a grande maioria dos países divide o ano em meses segue o calendário promulgado em 1582 pelo Papa Gregório XIII. No calendário gregoriano, o segundo mês do ano, fevereiro, acabou ficando com menos dias que todos os demais, mas essa história não tem nada a ver com o Papa: ela data do final da monarquia romana.
O primeiro calendário de Roma possuía apenas 304 dias que eram divididos em 10 meses, que variavam entre 30 e 31 dias para se ajustar ao ciclo lunar, que dura 29 dias e meio. Como esse calendário não contemplava as estações do ano, o segundo imperador romano decidiu adicionar dois meses para que ele entrasse em acordo também com o ciclo solar. Na época, janeiro e fevereiro foram criados e adicionados ao final do ano, que começava em março, e totalizavam-se 355 dias.
Como o ajuste ainda não se adequou exatamente às estações, quando o governo de Júlio César em 46 a.C., as datas não estavam condizentes. Houve então uma mudança significativa para deixar o calendário sincronizado com o ciclo solar. Todos os meses mudaram então para 30 ou 31 dias, somando 365 no período. A exceção foi fevereiro, com 29. Como os romanos consideravam o período como um mês de má-sorte, eles decidiram que ele fosse o mais curto.
No segundo ano do governo de Júlio César, o senado decidiu homenagear o governante mudando o nome do mês Quintilis — que era o quinto e passaria a ser o sétimo — para Julius. O governo seguinte, de César Augusto, também foi homenageado com um mês próprio, mas como Agosto possuía 30 dias, outro dia de fevereiro foi transferido para que as homenagens fossem iguais.
Ano bissexto: o ano em que fevereiro tem 29 dias
A translação completa da Terra ao redor do sol leva 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Para corrigir a diferença que é acumulada com o tempo, adotou-se nesse período o ano bissexto, com um dia a mais a cada quatro anos, inspirado no calendário egípicio que já utilizava esse recurso.
O nome bissexto não está relacionado com a periodicidade em que ele ocorre, mas sim ao momento do ano em que um dia é adicionado e à forma de se contar os dias no período romano — dizendo quantos dias faltam para o próximo período. De acordo com a decisão de Júlio César, o sexto dia antes de março é o que seria repetido, dando origem ao termo bissexto.
Quando o calendário gregoriano foi instituído, foram feitas mais algumas correções nos dias para corrigir inconsistências do período romano. Por fim, foi adotado o cálculo de dividir o número do ano por quatro, determinando anos bissextos aqueles com resultado exato. Em anos que terminam em 00, a divisão do número do ano deve ser feita por 400.