Apesar de romântica, decisão pede um grande senso de maturidade, realismo e individualidade dos casais
Sem sombra de dúvidas, dividir o mesmo lar é o sonho de muitos casais que desejam ter mais momentos para viver a dois (ou mais). E, claro, além da companhia constante de quem amamos, morar junto é uma oportunidade de aprofundar os laços de intimidade e buscar o amadurecimento da relação. Contudo, a maioria acaba se esquecendo dos impactos desta decisão.
Sim, há um romantismo inerente ao conceito de “morar juntos”. Porém, não podemos nos deixar levar pelos contos de fadas e esquecer todas as obrigações e mudanças que acompanham essa fase da vida. Ficou com medo, né?
Calma, que para dar dicas incríveis sobre como abraçar a vida de casal sem crises ou rompimentos, CLAUDIA entrevistou a psicóloga e sexóloga Bárbara Menêses. Confira:
1. Mantenha o diálogo
A primeira (e mais importante) dica de todas, de acordo com Bárbara Menêses, é entender que estamos falando sobre duas pessoas diferentes, com famílias, culturas e universos distintos, que estão prestes a se tornar uma unidade. “Faço uma ressalva: não estou dizendo que devemos nos tornar um único indivíduo. Jamais! Porém, agora não se trata apenas do que você quer. É necessário ter um senso de unidade para que a convivência dê certo”, esclarece.
A especialista explica que, na prática, isso significa compreender que iremos dividir todos os espaços físicos da casa, seja a sala, o banheiro ou o quarto. E, aí, manter o diálogo e o bom senso se tornam ferramentas indispensáveis: sim, nada de deixar toalha molhada em cima da cama, roupas sujas espalhadas pela casa ou a louça do dia anterior abandonada na pia.
2. Esqueça essa história de conhecer a pessoa de verdade
Sabe aquela frase clichê sobre “não conhecer a pessoa de verdade até morar junto com ela?”. Pois então: esqueça essa afirmação, pois ela apenas trará um peso para a mudança! A psicóloga explica que, ao contrário do que pensamos, é impossível conhecer alguém por completo, não importa se a acompanhemos por um ano ou três décadas.
“O que acontece é que iremos descobrir um lado inédito da parceria por conta da construção da intimidade. Quando estamos apenas namorando e nos encontrando em ambientes comuns, como na casa do outro, a história é outra. E o mais relevante: não há como conhecer alguém de forma ‘verdadeira’ pois estamos em constante mudança. Decifrar o próximo de maneira integral é mais uma necessidade do que uma realidade”, pontua.
3. Preserve a sua autonomia e individualidade
Menêses avisa: casais que têm a mania de fazer tudo a dois, não cultivando um senso de individualidade, podem ter uma desagradável surpresa. Para a psicóloga, a falta de autonomia (isto é, a dependência de ter o outro para fazer qualquer coisa) acaba se transformando num grande fardo.
“Ninguém precisa jantar juntos o tempo inteiro, avisar sobre tudo. A individualidade realmente precisa ser preservada. Claro, é interessante abrir mão de certas manias para que o convívio seja saudável, mas jamais deixe de fazer aquilo que ama apenas porque o outro não pode te acompanhar”, explica.
Ela complementa: quando as pessoas envolvidas no vínculo amoroso se fecham entre si, a convivência se torna uma espécie de simbiose onde não há assuntos ou novidades. “Por isso, eu reitero: se você faz algo que te deixa feliz, não pare. Nem todos os amigos precisam ser em comum. Isso precisa ser combinado com muita leveza, pois precisar mentir e esconder a particularidade para não desagradar o parceiro é uma grande bandeira vermelha.”
4. Divisão das tarefas
A próxima dica é um clássico: não sobrecarregue o próximo com as tarefas da casa, sejam elas de limpeza, organização e especialmente financeiras. “A partir do momento que somos uma unidade, não tem como pensar que existe apenas o seu e o meu salário. O dinheiro é dos dois. Então a organização acerca de quem vai pagar cada conta é essencial, visto que essa questão ainda é tida como um tabu para muitos”, declara.
5. Não despriorize o sexo
Calma, não estamos falando para ninguém transar todos os dias. Aqui, Bárbara fala sobre desapegar daqueles hábitos tão preciosos que costumávamos preservar no início do relacionamento. “Lá no começo a gente sempre escovava os dentes, andava com uma balinha na bolsa, não deixava a higiene para lá. Portanto, é legal que, ao morar juntos, o cuidado com esses detalhes não se perca inteiramente”, aconselha.
6. Não caia no automático
Não se esqueça: ter uma rotina a dois é extremamente saudável (e até mesmo importante). Porém, a sexóloga pontua que o problema começa quando nos deixamos ser “engolidos” pelo automatismo do dia a dia. “A rotina passa a ser uma vilã quando engole a gente. Para evitar isso, não se esqueça de reservar aquele tempinho para fazer contato visual, se conectar, lembrar do por que estão juntos. Quando começamos a parar de beijar na boca, de fazer carinho, de elogiar ou incentivar o próximo, as coisas ficam bem complicadas”, avisa.
7. O diálogo resolve tudo
Por último, mas não menos importante: esteja aberta ao diálogo. “Fale tudo o que pensar e sentir. Escute o que a outra pessoa disser. Isso impede que nos sintamos incompreendidos, ignorados e até mesmo desvalorizados na relação”, conclui.
Fonte: Revista Claudia