Gargalhar traz benefícios para o coração, para a saúde mental e até evita rugas. Especialistas sugerem uma sessão de risadas por semana
O ditado é antigo, e todo mundo sabe: rir é o melhor remédio. Porém, além de trazer alívio para as emoções, o riso traz benefícios para a saúde e pode ajudar não só no relaxamento mas também na circulação sanguínea. De acordo com o estudo Don’t worry, be happy (não se preocupe, seja feliz, em tradução livre), publicado no European Heart Journal em 2010, pessoas felizes têm risco de morrer por doenças cardíacas diminuído em até 13%.
“Rir é um bom remédio. Deveria fazer parte da prescrição médica para cada um de nós. Recomendo assistir um bom filme de comédia, show de stand-up, ver amigos ou pessoas que te fazem bem e te fazem rir”, sugere o cardiologista Ricardo Teixeira Leal, do Hospital do Coração do Brasil, da Rede D’Or, em Brasília.
Confira alguns dos benefícios do riso para a saúde:
- Diminui o risco de AVC;
- Diminui as chances de infarto;
- Diminui o risco de hipertensão;
- Fortalece o coração, que bombeia melhor;
- Melhora a qualidade do sono;
- Melhora a circulação sanguínea;
- Alivia a ansiedade;
- Ajuda na autoestima;
- Melhora o sistema imunológico;
- Abaixa o cortisol no sangue, que é o hormônio do estresse.
Segundo Leal, pessoas felizes aderem melhor a medicações que precisam ser consumidas todos os dias e a hábitos saudáveis, além de terem menos chances de adoecer. Ao rir, o organismo ainda libera serotonina, hormônio ligado à felicidade e que pode ser de grande ajuda para combater a depressão.
Um estudo de 2002 da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, sugere que rir pode até aumentar a quantidade de HDL, conhecido como colesterol bom.
Rir como terapia
O psicólogo Luiz Gonzaga, do Hospital Santa Paula, em São Paulo, explica que a ideia de que o riso é um bom remédio vem de culturas antigas. Por isso, a prática da risoterapia, aplicada pelos Doutores da Alegria desde os anos 1960, por exemplo, tem tanta aderência nos hospitais.
O tratamento é indicado para liberar as tensões do corpo, trazendo um sentimento de tranquilidade não só física, como também emocional. Claro, trata-se de uma terapia complementar. “Jamais devemos dizer a um paciente que segue tratamento convencional que largue os remédios para aderir somente à risoterapia”, alerta Gonzaga.
O riso também movimenta os músculos da face: estima-se que cerca de 12 músculos estão envolvidos em uma risada. Quando gargalhamos, a quantidade dobra, e chega a 24. “Toda essa movimentação estica a pele, retardando até o aparecimento de rugas”, diz o psicólogo.
Ele conta que pessoas que riem muito são consideradas mais atraentes e conseguem estabelecer mais vínculos, além de serem mais amigáveis. Gonzaga destaca que os sorridentes são os que mais se desenvolvem profissionalmente, e também pode ser promovidos com mais facilidade.
Quando o riso faz mal
No entanto, o psicólogo chama a atenção para casos como a síndrome do Coringa, que é quando a pessoa ri em situações nada engraçadas, por exemplo, em um velório.
Deve-se ficar atento também ao riso de não querer encarar a realidade, quando se leva tudo na brincadeira. São reações psíquicas que o indivíduo usa para enfrentar situações específicas. Trata-se, de acordo com Gonzaga, da negação em demasia.
Fonte: Metrópoles