As suspeitas apontam que a peça pertença a um cetáceo – mamíferos aquáticos, como baleias, botos e golfinhos -, que morreu no mar
Você já imaginou caminhar pela praia e, de repente, topar com um esqueleto no meio do percurso? Parece estranho, mas essa situação aconteceu com um casal que caminhava na praia de Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo. Letícia Santiago e Devanir Souza chegaram a gravar um vídeo em que contam como encontraram a ossada.
De acordo com a dupla, eles avistaram apenas três falanges para fora da faixa de areia do Balneário Mares do Pontal, na manhã de domingo (20), e decidiram cavar, pois pensaram se tratar de ossos humanos. Porém, assim que eles terminaram, encontraram uma “mão” enorme, a qual julgavam ser impossível ter pertencido a algum ser humano.
No vídeo, Letícia comenta: “É muito grande. Pensa em um ‘trem duro da bexiga’. Que bicho que é a gente não sabe, e se é um alienígena, pior ainda!”, brincou Letícia ao mostrar e narrar as características do esqueleto.
Em entrevista ao G1, o biólogo marinho Eric Comin declarou que, provavelmente, trata-se de um esqueleto de cetáceo – mamíferos aquáticos, como baleias, botos e golfinhos -, que morreu no mar. Além disso, Comin estimou, a partir do estado de decomposição do membro encontrado, que o animal deve ter falecido há cerca de um ano e meio.
Para confirmar a qual grupo o animal pertencia, o profissional declarou que seria necessária uma análise mais detalhada da estrutura óssea encontrada. Entretanto, ele desconfia de que, pelo tamanho e pelo local onde os ossos foram encontrados, possa ser de um golfinho, que é um animal bastante comum no litoral sul de São Paulo.
Ao encontrar estruturas marinhas na praia, avise as autoridades locais
Diante desse caso, o biólogo fez um alerta, pois encontrar ossadas de animais marinhos na faixa de areia da praia pode não ser tão incomum quanto parece: ao avistar esse tipo de estrutura, a população deve comunicar os órgãos ambientais da região. No caso de Ilha Comprida, é o Instituto de Pesquisas de Cananéia (IPEC) o responsável por averiguar a situação e encaminhá-la da melhor maneira possível. Outra entidade que também pode ser acionada é a Polícia Ambiental, já que eles têm o contato de profissionais que retiram esse material das praias.
O coordenador do IPEC, Henrique Chupill, compartilhou com o G1 que ele também desconfia de que o esqueleto pode ser de um cetáceo. Além disso, ele ressaltou que, quando ossadas de animais marinhos forem encontradas nas praias monitoradas pelo Instituto, a orientação é que os banhistas sempre entrem em contato por telefone.
Nessas ocasiões, a instituição prioriza deixar as ossadas na praia para que não interfira na circulação de nutrientes dentro do ecossistema. “Eventualmente, quando tem algum interesse científico, recolhemos para que seja utilizado em estudos. Se for animais fresco, recolhemos para fazer necropsia e identificar a causa da morte”, explicou o Chupill.
Fonte: Olhar Digital