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10 sites que fizeram muito sucesso e não existem mais

Há diversos sites que fizeram sucesso no passado e hoje em dia não existem mais. A década de 1990 e o início dos anos 2000 foram dois períodos férteis da web, com o surgimento de páginas em nichos até então pouco explorados, como comédia, pesquisa online, entretenimento e serviços digitais.

A maioria desses websites deixou de existir porque se tornaram dispensáveis, seja pela falta de interesse do público, seja pelas novas tecnologias aprimoradas. Em alguns casos, os concorrentes superaram tanto o produto original que se tornaram mais conhecidos.

Serviços, ferramentas e complementos, criadores de site e até precursores de redes sociais estão nesta lista a seguir. O Canaltech selecionou serviços diversificados — e mais esquecidos — para tornar a leitura agradável.

Sites de sucesso do passado, mas que NÃO estão mais online

10. Twitpic

Graças a um acordo firmado entre o fundador Noah Everett e o Twitter, o serviço manteve todas as fotos online até 2017 (Imagem: Reprodução/Twitpic)

O Twitpic surgiu numa época na qual o Twitter permitia apenas a publicação de conteúdos em texto ou hyperlinks. O uso da linguagem não verbal sempre foi fundamental na comunicação e muita gente sentia falta de mostrar uma foto ou uma arte para explicar um tuíte.

Inicialmente, o serviço permitia a publicação apenas de imagens, mas depois também passou a suportar vídeos. O funcionamento era basicamente como um serviço da nuvem: você subia a mídia e depois a inseria o código na sua publicação. Quando a rede social do passarinho começou a aceitar o upload direto de imagens, em 2011, o Twitpic começou a perder a sua função primordial.

Surgiu em 2008 como uma solução gratuita e foi encerrada em 25 de outubro de 2014. Noah Everett, o criador do Twitpic, disse ter sido pressionado a abandonar o nome e a marca registrada, sob risco de perder o acesso à API do Twitter, por isso decidiu fechar as portas.

9. Periscope

O Periscope fez sucesso ao permitir lives sobre qualquer assunto (Imagem: Divulgação/Twitter)

O Periscope é considerado um dos precursores das transmissões ao vivo, mesmo em uma época na qual isso não era tão popular. O serviço foi lançado como uma plataforma de conversa por vídeo e áudio, na qual era possível interagir com pessoas do mundo inteiro por categorias, filtros sociais e geolocalização.

Quatro meses após o lançamento, o aplicativo atingiu a impressionante marca de 10 milhões de usuários. De olho no inovador serviço, muitas empresas tentaram comprá-lo, mas o Twitter foi quem saiu vitorioso em março de 2015.

O Periscope chegou a ser integrado ao site, mas perdeu espaço quando uma ferramenta própria de vídeos em tempo real foi adicionada. Além disso, concorrentes de peso, como o Facebook, também criaram soluções mais completas para transmitir ao vivo.

O Periscope deixou de funcionar no dia 31 de março de 2021. A empresa do passarinho azul tinha planos de encerrar os serviços da plataforma em razão da insustentabilidade do negócio desde dezembro de 2020, mas estendeu o prazo para que os poucos usuários dirigissem a ideia.

8. Orkut

O Orkut tinha várias comunidades: algumas eram sérias e outras apenas de brincadeira (Imagem: Reprodução/Orkut)

O Orkut foi a primeira e a principal rede social do Brasil nos anos 2000. Em uma época na qual as pessoas interagiam apenas por chats (Bate-papo UOL e mIRC) ou por mensageiros (MSN e ICQ), o site unificou vários serviços em um só: fórum de discussões, álbum de fotos, mensagens de texto e perfil digital.

Embora a ideia fosse alcançar o público dos Estados Unidos, o Orkut se tornou muito popular em dois países específicos: Brasil e Índia. Por aqui, foram mais de 30 milhões de cadastrados e milhões de interações diárias.

O serviço surgiu como um projeto do engenheiro de software Orkut Büyükkökten durante os estudos na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Após deixar a Academia, ele acabou vendendo o projeto para o Google, que o manteve no ar até 30 de setembro de 2014.

Até hoje, o Orkut é considerado um dos sites que mais deixaram saudades para os brasileiros. Uma versão reformulada deve chegar em breve, conforme antecipou o fundador, porém ainda sem uma data definida.

7. Grooveshark

Qualquer pessoa podia subir músicas e montar playlists para os demais usuários escutarem (Imagem: Reprodução/Grooveshark)

O Grooveshark nasceu quando ainda não existia serviço de streaming musical, mas fazia algo que lembra muito o Spotify e o Apple Music. Era uma mistura entre os serviços de distribuição de arquivos P2P, estilo Kazaa e Emule, com um disco virtual. Mas, diferentemente dos compartilhadores de arquivos, aqui nada era baixado para o computador: você só conseguia ouvir se tivesse uma conexão com a internet.

Cada pessoa poderia subir suas próprias músicas para nuvem e todas as pessoas poderiam escutá-las de graça. É claro que a maioria do conteúdo hospedado era pirata, por isso sofreu vários processos da indústria fonográfica. No seu auge, o Grooveshark teve um fluxo médio de 50 a 60 milhões de música por mês e cerca de 400 mil usuários.

O serviço oferecia um mecanismo de busca de músicas pelo nome da faixa, do artista ou do álbum. Cada pessoa poderia ouvir as canções na própria página por intermédio de transmissão, criar playlists ou compartilhar os arquivos por e-mail para redes sociais. Uma API de integração com o Wordpress permitia aos desenvolvedores adicionarem widgets para que as pessoas pudessem escutar as músicas em seus sites.

Lançado em 30 de março de 2006, o serviço não existe mais desde o dia 30 de abril de 2015 devido a problemas com a Justiça. Quase cinco mil músicas no Grooveshark foram consideradas ilegais e a multa imposta poderia chegar à marca dos US$ 730 milhões pela falta de licenciamento. Os criadores, então, decidiram fechar as portas antes que fossem à falência.

6. Vine

O contador do Vine mostrava os loops, ou seja, quantas vezes o vídeo foi visto pelos usuários no total (Imagem: Reprodução/Vine)

O Vine foi mais um daqueles produtos comprados pelo Twitter que desapareceram pela falta de uso concreto. O serviço é considerado um precursor do TikTok, porque permitia gravar, editar e armazenamento vídeos curtos — com até seis segundos.

Havia também a possibilidade de compartilhar seus conteúdos com outras pessoas, tanto pelo Vine quanto pelo Twitter ou Facebook. Na época, se destacou por oferecer uma espécie de algoritmo de recomendação baseado em vídeos em alta, o que ajudava na viralização dos criadores.

Fez muito sucesso por seu poder hipnótico, já que a duração curta dos conteúdos deixava as pessoas presas em loopings durante horas. A plataforma foi usada principalmente por comediantes, músicos, artistas e jornalistas, público basicamente herdado do Twitter.

Fundado em junho de 2012 pelo trio Dom Hofmann, Rus Yusupov e Colin Kroll, o Vine foi adquirido por US$ 30 milhões pelo site de microblogging quatro meses depois. Em alguns meses, o aplicativo tornou-se o serviço de compartilhamento de vídeos mais utilizado no mercado — chegou a ser o programa mais baixado da App Store em 2013.

O serviço foi descontinuado em 2017, mas seu conteúdo ainda permaneceu “baixável” até 2019. Embora ainda seja possível ver as contas hospedadas com o link direto, não há mais a possibilidade de publicar nada nem fazer login no serviço. O serviço fez tanto sucesso que o dono do Twitter, Elon Musk, já chegou a cogitar um retorno do Vine.

5. Fotolog

O Fotolog foi popularizado no Brasil por celebridades como MariMoon (Imagem: Reprodução/Fotolog)

O Fotolog era uma mistura inusitada de blog com fotografia. No começo dos anos 2000, era bem comum as pessoas criarem blogues para falar sobre o seu dia, publicar poemas, compartilhar sentimentos ou falar sobre assuntos específicos.

No Fotolog, o usuário poderia publicar uma imagem e criar uma legenda logo abaixo, trazendo um pouco de contexto. Os demais usuários poderiam ver as fotos e escrever comentários como se estivessem em um fórum. Quem usava a conta gratuita tinha a limitação de publicar apenas uma imagem por dia e receber, no máximo, 20 comentários no guestbook.

Havia uma seção dedicada aos favoritos nos quais você poderia elencar seus amigos, crushes e pessoas de interesse para acompanhar. Quase 1,5 milhão de brasileiros usaram o serviço no auge, fazendo do país o terceiro maior mercado do Fotolog — só ficava atrás do Chile e da Argentina.

Quando ainda não existia Orkut, o Fotolog era a melhor forma de interação e paquera entre as pessoas. Sempre que tinha uma nova publicação, as pessoas enviavam o link para os amigos comentarem a sua foto recém-postada.

A plataforma foi lançada em maio de 2002, chegando a alcançar mais de 3 bilhões de visualizações e 20 milhões de visitantes únicos por mês. Com o tempo, foi perdendo espaço para as redes sociais, especialmente Facebook e Instagram, até a desativação completa em 2019.

4. Cadê

O buscador separava os sites por categorias para facilitar a localização (Imagem: Reprodução/Cadê)

O Cadê foi um mecanismo de busca popular no Brasil na década de 1990, principal rival do Yahoo e antecessor do Google. Fundada em setembro de 1995 por Gustavo Viberti e Fabio Oliveira, o serviço foi o primeiro buscador do país e o mais famoso naquela época, já que era voltado para o sites locais.

Além de páginas na web, o Cadê também localizava imagens, vídeos, notícias e produtos em um shopping virtual, além de fornecer um serviço próprio de correio eletrônico. O site indexava páginas da web manualmente e as exibia com base nas palavras-chave usadas na busca de modo inédito.

O Cadê ajudou a organizar a internet brasileira e deixar vários sites conhecidos, já que não era mais necessário saber a URL direta para acessá-los. O algoritmo arcaico considerava a densidade de palavras em uma página para ranquear os resultados, o que acabou incentivando a criação de páginas falsas para golpes ou conteúdos de baixa qualidade graças a uma técnica chamada keyword stuffing (repetir a mesma palavra várias vezes).

Mesmo revolucionando a web brasileira, os criadores tiveram muita dificuldade em monetizar o serviço, já que os anunciantes não compreendiam como um índice de sites poderia trazer retorno financeiro. Também não conseguiram concorrer com serviços que indexavam sites automaticamente, como o Altavista e o Yahoo, este último acabou comprando o serviço em 1998 para incorporar as pesquisas no Brasil.

3. Kit.net

O Kit.net mostrava sites do dia, tinha uma ferramenta de busca e possibilitava a criação facilitada de páginas (Imagem: Reprodução/Globo.com)

O Kit.net foi um serviço de criação e hospedagem de sites pessoais da Globo.com. O site se tornou rapidamente popular por oferecer um assistente de criação e uma biblioteca de códigos simples em Javascript.

Essas duas características permitiram a criação de páginas simplificadas para leigos e pequenas empresas, que não sabiam como e não tinham condições de pagar por um site. No ápice do serviço, o endereço chegou a ser um dos mais visitados do Brasil, muito disso graças aos sites criados no formato nomedosite.kit.net.

Uma das vantagens era os modelos pré-prontos dos sites, que davam um ponto de partida para a criação. Você poderia escolher um layout de álbum para quem priorizava fotografias, criar um currículo em formato de portfólio online, produzir páginas de fã-clubes ou até construir páginas de conteúdo erótico.

Inicialmente gratuito, o serviço passou a ser exclusivo dos assinantes da Globo. O declínio começou quando novas tecnologias surgiram, deixando o HTML simples muito defasado para concorrer com as páginas mais modernas, perdendo ranqueamento no Google e demais buscadores. O Kit.net deixou de existir em março de 2013, mas deixou saudade após tanto sucesso.

2. Humortadela

O site de piadas chegou a se considerado o maior do segmento na América Latina (Imagem: Reprodução/Humortadela)

O Humortadela foi o primeiro e mais popular site de comédia do Brasil nos anos 90. Antes dos vídeos curtos e dos memes, o website abusava da criatividade para construir quadrinhos engraçados, transpor piadas para o meio digital e criar pequenas esquetes no formato de desenho animado.

Além das típicas animações feitas em Flash, o site também possuía piadas escritas e personagens famosos, como Tadelino, Cachaça e Manguaça e Asmuié e Uzômi. O site tinha uma seção dedicada à charges, imagens engraçadas e até pequenos joguetes, como o “Show do milhão”, “Ache o Molly” e “Quem sabe sobe”.

Um dos maiores problemas atribuídos ao site foi a falta de capacidade de se reiventar. Enquanto concorrentes apostavam em novos estilos de comédia, o Humortadela manteve o formato antigo, que já não engajava tão bem na segunda metade dos anos 2000 como na década passada. O visual quadradão do site e com pouca interação dos usuários também não ajudava na retenção do público.

A página foi ao ar no dia 3 de dezembro de 1995 e foi tirada do ar em 5 de maio de 2011. Chegou a esboçar uma volta em 2012, mas não obteve o mesmo sucesso dos tempos áureos, tendo sido definitivamente enterrado em 2016.

1. Trama Virtual

O Trama cobria eventos, lançava artistas e chegou até a ter um selo para músicos (Imagem: Reprodução/Trama Virtual)

O Trama Virtual foi um site brasileiro que divulgava cantores e bandas independentes gratuitamente. O serviço foi considerado pioneiro ao ajudar artistas até então desconhecidos a se popularizarem, mesmo que não conseguissem um contrato com a gravadora Trama.

Uma das vantangens era a possibilidade de divulgar trabalhos de graça, sem limite de faixas nem nada parecido. Essa era uma forma que a equipe da gravadora encontrou para dar visibilidade para o máximo de pessoas possíveis, já que seria impossível patrocinar tantos profissionais da música.

O Trama revelou várias bandas como Fresno, Móveis Coloniais de Acaju e Cansei de Ser Sexy. Os artistas do Cansei disseram que subiram suas músicas para lá despretensiosamente, após o fracasso no site concorrente Mp3.com.br e acabaram se surpreendendo: após três semanas, estavam no Top 1 do site.

O surgimento de sites mais atualizados e dinâmicos, como o MySpace, o YouTube e o Facebook, levou ao encerramento das atividades. A página esteve no ar entre 2002 e 31 de março de 2013, tendo sido excluída após o fim de gravadora.

Fonte: CanalTech

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