Camila Marodim passou a ser investigada por tráfico de drogas depois da morte de seu marido, no final de 2021
A prisão preventiva de Camila de Andrade Pires Marodim, conhecida como “Trafigata” foi revertida pela Vara Criminal de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. A detida, suspeita de chefiar uma organização criminosa de tráfico de drogas, vai responder pelos crimes em prisão domiciliar.
O pedido de liberdade foi feito à Justiça com três justificativas: Camila tem três filhos com menos de doze anos, que necessitam de cuidados; os processos estão em trâmite e sem previsão de encerramento; e que atualmente é inexistente o perigo à ordem pública. O juiz Sergio Bernardinetti afirmou que a detida deve permanecer apenas em sua residência. Ela não pode sair na calçada e deve sempre ficar dentro dos limites da casa.
De acordo com o advogado de Camila, Claudio Dalledone, o juiz restabeleceu o estado do Direito. “Ela é detentora de toda condição e as crianças pequenas, que dependem dela como mãe, precisam desse auxílio. Decisão acertada”, afirmou.
Primeira prisão
Camila passou a ser conhecida como “Trafigata” depois que seu marido, Ricardo Marodin, foi executado em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ela foi presa e, conforme a polícia, seria uma das líderes da organização criminosa chefiada pelo esposo.
Paulo foi um dos detidos junto com Camila em novembro de 2021, em Matinhos, no litoral do Paraná. Na ocasião, a mulher passou a responder pelos crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, devido a cerca de R$ 1,3 milhão encontrados em sua conta bancária. Camila negou qualquer envolvimento com a criminalidade e, após 40 dias, deixou a cadeia para cumprir prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica.
De volta a prisão
Em fevereiro, a mulher teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por descumprir as medidas que possibilitavam que ela estivesse fora da cadeia, em prisão domiciliar, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica. Conforme a Justiça, Camila estava a cerca de seis quilômetros do local onde deveria estar cumprindo prisão domiciliar, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. No momento em que foi detida pela Polícia Militar em uma residência, a “Trafigata” argumentou que a situação da tornozeleira estava regularizada.
Segundo a decisão pela prisão preventiva, a suspeita teve seis violações de área de monitoramento, sendo que em uma situação ficou quatro dias fora do local. Além disso, ela teve nove violações de fim de bateria da tornozeleira, em um dos casos ficando quatro horas sem carregar o dispositivo.
Atentado contra ‘Trafigata’
Ainda em fevereiro, Camila Marodin sofreu um atentado quando chegava na casa onde estava morando, em Curitiba. Câmeras de segurança flagraram o momento em que atiradores disparam pelo menos 20 vezes contra ela e um amigo, Paulo Sérgio Veiga de Almeida, de 25 anos. O homem foi baleado e precisou ser encaminhado para o hospital.
Morte de Ricardo Marodin
Ricardo Marodin foi assassinado a tiros no final da festa de aniversário do filho, que estava sendo realizado em um buffet infantil em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Quatro suspeitos fortemente armados chegaram em um carro modelo Voyage prata, surpreenderam Marodin – que segundo Camila estava do lado de fora guardando coisas no carro – e fizeram diversos disparos contra a vítima. Marodin não resistiu aos ferimentos e morreu no local, no dia 7 de novembro de 2021.
Operação Ostentação
A Justiça autorizou o bloqueio do dinheiro que estava na conta de Camila, além de 13 imóveis – avaliados, ao todo, em R$ 3 milhões – que estavam no nome de laranjas, mas que a polícia suspeitava de que fossem de posse da quadrilha, entre eles imóveis de alto padrão. Mais cinco carros de luxo – dois Audis, um Honda, um Camaro e um Porsche – e também uma moto, foram apreendidos.
A polícia encontrou também 39 armas, a maioria delas com um armeiro conhecido por fazer reparos em armamentos, mas que estava com armas irregulares. Ainda, em dinheiro, foram apreendidos ao todo R$ 120 mil. As investigações apontam que os carros e imóveis eram usados para canalizar os valores obtidos ilegalmente com o tráfico de drogas.
Do RIC Mais