Com um antigo problema de drenagem e sua localização central, Congonhas, em São Paulo, é citado como um dos locais em que os pilotos precisam ser treinados para pousar
Quando um aeroporto foi construído na ilha de Santa Helena, no meio do Atlântico, ele foi inicialmente apelidado de “o aeroporto mais inútil do mundo”. Isso porque o cisalhamento do vento na pista do penhasco tornava o pouso perigoso.
Hoje, o aeroporto está funcionando, mas é categoria C, o que significa que os pilotos precisam ser especialmente treinados para pousar lá. Mas ele não é o único — aqui estão alguns dos aeroportos mais impressionantes, e também assustadores, do mundo.
Madeira, Portugal
Quem sai de férias para a Madeira sabe que a ilha é conhecida pelos desembarques difíceis — e, às vezes, por nenhum desembarque. A proximidade do aeroporto com terrenos altos significa turbulência e cisalhamento do vento antes da aterrizagem.
A pista termina na beira do penhasco, que felizmente baixo, em ambos os lados, com uma estrada abaixo dele. Os apaixonados por avião gostam tanto da Madeira que o aeroporto construiu uma plataforma ao lado da pista para que eles vejam os pilotos darem o seu melhor na hora do pouso.
Leh, Índia
O 23º aeroporto mais alto do mundo não parece muito alto, até você perceber que ele fica a 10.682 pés (cerca de 3.255 metros) acima do nível do mar.
Rodeado por montanhas e com uma pista curta, o aeroporto é assolado por ventos fortes à tarde, o que faz com que os voos sejam restritos ao período da manhã.
Aviões de fuselagem larga e pesados não são permitidos, e todos os pilotos que pousam no local recebem treinamento especial.
São Martinho
Você não precisa ser um fissurado por aviação para ter assistido a vídeos de aviões pousando em São Martinho — a mídia social está cheia de imagens de jatos pousando no aeroporto do Caribe.
Isso ocorre porque a pista termina direto em uma praia, o que significa que os aviões vêm para pousar bem acima dela. Embora pareça divertido, é algo perigoso.
Em 2017, uma mulher foi morta pela explosão de um motor a jato enquanto ela e outros turistas com roupas de banho se penduravam na cerca do aeroporto. Para quem está a bordo, decolar é um pouco mais assustador do que pousar — já que você segue direto para a montanha que se ergue atrás do aeroporto.
Paro, Butão
À 7.364 pés (aproximadamente 2.244 metros) acima do nível do mar, Paro é o único aeroporto internacional do Butão. Apesar disso, poucos pilotos são autorizados a pousar lá, tamanha a dificuldade da aterrizagem.
Os pousos só são permitidos em boas condições de visibilidade, ou seja, à luz do dia, porque não há radar. Por isso, os aviões devem fazer uma aproximação manual. Eles também devem passar entre colinas e sobre casas antes de entrar na pista.
Cidade de Londres, Reino Unido
Voar sobre uma capital para pousar é uma sensação incomum nos dias de hoje, mas, tendo Londres como destino, você passará pelos arranha-céus da cidade de, contornará Canary Wharf e pousará em um ângulo tão íngreme que te dará a sensação de estar em um helicóptero. Decolar é igualmente revigorante.
Aeroporto Nacional Reagan, EUA
Em junho de 2021, quando um avião da Frontier Airlines derrapou na pista do aeroporto Ronald Reagan, em Washignton, um passageiro descreveu o episódio como “um pouco assustador”. Mas você não precisa estar envolvido em um incidente para ter os arrepios aqui — as curvas fechadas dos aviões perto do Rio Potomac para se alinhar com a pista, além dos desvio de zonas de exclusão aérea em toda a cidade, tornam a aterrizagem um pouco complicada para os pilotos.
Innsbruck, Áustria
Cercada por montanhas, a capital do Tirol é um dos principais destinos de esqui e um lugar magnífico para voar. Ou melhor, as vistas são. O desafio para os pilotos é magnífico de uma forma diferente.
Os aviões devem mergulhar sobre um pico de quase 8.000 pés (cerca de 2440 metros), lidar com rajadas de vento nas montanhas e, dependendo da direção do vento, podem até precisar inclinar-se bruscamente para manobrar em posição para pousar no vale.
Congonhas, Brasil
O aeroporto doméstico de São Paulo costumava ter um problema de drenagem. Era uma falha tão grave que causou um acidente fatal em 2007. Depois disso, a pista foi recapeada para corrigir o problema, mas o pouso ainda pode parecer bastante complicado.
A poucos quilômetros do centro da cidade — o que em São Paulo significa que ainda está no meio do município — a pista única, que estreou na década de 1930, é cercada pela expansão urbana, ou seja, você estará sobrevoando prédios e telhados até o último momento.
Lukla, Nepal
Montanhas, cisalhamento do vento e uma pista curta — Lukla tem tudo. Muitas vezes chamado de aeroporto mais perigoso do mundo, a porta de entrada para o Everest, nas montanhas do Nepal, tem sua pista disposta em um penhasco entre as montanhas — apenas a 1.729 pés (quase 530 metros) dela — caindo direto em um abismo no final.
Para ajudar na desaceleração dos aviões, a pista é até inclinada para cima. Também não há espaço para manobras. Se um avião está na descida final, ele precisa pousar. Ainda assim, as vistas da montanha são incríveis na descida.
Santa Helena
Você provavelmente terá um pouso acidentado em Santa Helena. O cisalhamento do vento combinado com um aeroporto à beira do penhasco significa que os aviões recebem um bom golpe quando chegam à terra.
Fixe os olhos nas vistas da planície de Longwood, onde Napoleão foi exilado, e da pequena capital Jamestown, construída em uma fenda de cânion com um único porto. Originalmente planejado apenas para pequenas aeronaves, a pista foi estendida para acomodar um 757.
Do CNN Brasil