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3 meses depois de morrer, paranaense é intimada para ser testemunha de motorista que causou acidente

Manuela estava grávida de seis meses e teve o carro atingido por um veículo que furou a preferencial

Ainda vivendo o luto pela morte da paranaense Manuela Queiroz Vicenti, de 19 anos, a família dela foi surpreendida com uma situação inacreditável: uma intimação para que a moça comparecesse na delegacia para depor em favor do homem que causou o acidente que a matou. A jovem estava grávida de cinco meses, chegou a ficar no Hospital do Trabalhador por quatro dias, mas não resistiu aos ferimentos – relembre aqui na reportagem da Banda B .

Manuela morreu aos 19 anos. Foto: Acervo Pessoal

A colisão aconteceu em abril em um cruzamento no bairro Boqueirão, em Curitiba. Samuel Alisson Soares Barbosa teria furado a preferencial em alta velocidade e atingido o carro em que estava Manuela, como passageira, e o marido dela, na direção. A investigação trata o caso como crime de homicídio por dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

Em entrevista à Banda B nesta quarta-feira, 6, o viúvo da jovem, Carlos Daniel Rucinski, conta que a família não acreditou quando recebeu a intimação em casa quase três meses depois do acidente.

“Foi levada até o nosso endereço uma intimação no nome dela para depor sobre essa ocorrência que o Samuel fez de testemunha sobre uma agressão que ele diz que foi feita contra ele na hora do acidente. A delegacia falou que não tinha conhecimento que a Manuela tinha falecido, que não sabiam. Foi uma questão inacreditável. Depois de tudo o que aconteceu ela ser intimada por conta de um boletim de ocorrência que o causador da morte dela fez”, disse.

Manuela e o marido esperavam ansiosos pela chegada do filho

Motorista que causou acidente registra B.O

O motorista que causou a batida se recusou a fazer teste do bafômetro e chegou a ser preso em flagrante por suspeita de embriaguez e desacato, mas foi liberado pela Justiça e responde ao processo em liberdade. Na noite do acidente, ele teria resistido à prisão. Depois de ser solto, Samuel registrou um boletim de ocorrência em que alega que foi agredido pelos policiais militares.

“Ele está desviando totalmente o foco do que ele fez. Está desviando o foco de que ele matou a minha mulher e o meu filho. O cara não tem noção nenhuma do que está fazendo. É óbvio que ele nunca vai pensar na gente, só está pensando nele e não está respeitando nem um pouco o luto que estamos tentando ter. Mas acredito que a Justiça vai ser feita. Tudo o que se faz aqui se paga. Não é ameaça, mas sim a lei da vida. Ele vai pagar pelo o que fez”, destacou Carlos Daniel.

O que diz a Polícia Civil

A Banda B procurou a Polícia Civil do Paraná que informou que “houve um erro de digitação”. A nota diz, ainda, que “a família compareceu na delegacia e os fatos foram esclarecidos”.

O que diz a defesa de Samuel

A reportagem também entrou em contato com o advogado Airton Adonsk Junior, que representa Samuel Alisson Soares Barbosa, e aguarda retorno.

Da Banda B

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