[the_ad_group id="3495"]

Varíola do macaco pode virar pandemia? O que sabemos até agora

A varíola do macaco, doença rara presente em alguns primatas no centro e oeste da África e que causa erupções cutâneas, tem causado preocupações com o registro de casos na Europa e nos Estados Unidos. É possível que se torne uma pandemia? Segundo os cientistas, não — e por uma série de motivos.

A primeira observação da doença em macacos foi em laboratório, em 1958, com o primeiro caso em humanos sendo observado na República Democrática do Congo em 1970. Desde então, alguns surtos atingiram o país africano e, por vezes, a Europa, sem, no entanto, chegar ao estado de pandemia.

A varíola do macaco tem casos sendo registrados em vários países, mas seus sintomas são moderados e não causarão pandemia, dizem cientistas (Imagem: Brian W.J. Mahy/OMS/CDC)

O que sabemos até agora

Até a última quinta-feira (19), 109 casos suspeitos da varíola de macaco já foram reportados por todo o mundo, com nove deles confirmados no Reino Unido, a maioria em Londres. Em Portugal, há 14 confirmações e 20 suspeitas; na Espanha, há sete confirmados e 24 suspeitos. Na Itália, há dois casos suspeitos, e na Bélgica, também dois, com um caso confirmado.

Na França e na Suécia, um caso cada, enquanto os EUA têm um caso confirmado e um suspeito. No Canadá, há uma confirmação e 21 suspeitas. Na Austrália, há um caso confirmado e uma suspeita. Os especialistas, no entanto, creem que possa haver mais casos, temendo uma subnotificação, especialmente porque alguns casos têm sintomas mais leves.

Quanto à ligação entre os casos, a primeira confirmação no Reino Unido veio de uma pessoa que havia viajado à Nigéria, infectando mais duas, mas outros quatro casos não tem relação com nenhum outro. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão é feita pela exposição a animais contaminados e por meio de gotículas infectadas (embora seja menos transmissível de pessoa para pessoa), bem como feridas na pele ou materiais contaminados. O contato com roupas, toalhas ou roupas de cama utilizados por pessoas infectadas também é perigoso.

A Nigéria já passou por surtos de varíola do macaco várias vezes nos últimos anos, mas sempre conseguiu controlar os casos em última instância (Imagem: geralt/Pixabay)

Sintomas e tratamento

A varíola do macaco é uma doença com sintomas moderados, sendo que a variante do oeste africano — identificada como sendo a responsável no Reino Unido — é a menos mortal de todas, causando a morte de 1 em cada 100 casos. Como os sintomas podem ser mais leves, alguns especialistas alertam que é possível que seja menos mortal devido à subnotificação. Entre os infectados, as crianças têm mais chances de desenvolverem sintomas graves do que adultos.

Principais sintomas da varíola do macaco:

  • lesões ulcerativas
  • erupções cutâneas
  • gânglios palpáveis
  • febre
  • dores de cabeça
  • dores musculares
  • fadiga

As erupções cutâneas costumam aparecer primeiro no rosto, espalhando para outras partes do corpo, incluindo os genitais, e, inicialmente, pode se parecer com catapora, antes de formar crostas.

Para o tratamento da condição, há antivirais como o tecovirimat, utilizado contra catapora, varíola bovina e varíola do macaco. Além disso, há uma vacina, chamada Jynneos (também conhecida como Imvanex e Imvamune), aprovada para adultos na Europa e Estados Unidos.

E os riscos de pandemia?

Assim como outras ocorrências da varíola do macaco, como 2017, 2018 e 2021, os especialistas consideram ser possível conter infecção ao identificar os contatos que os pacientes tiveram com outras pessoas, e países como o Reino Unido têm providenciado vacinas a todos os possíveis infectados. Embora não se possa dizer com toda a certeza que uma pandemia não irá ocorrer, os cientistas acham isso altamente improvável.

Na República Democrática do Congo, por exemplo, em 2001 e 2002, 485 casos foram registrados, com 25 mortes, mas a situação foi controlada. Estudos têm feito sequenciamento genético para descobrir se a variante atual é diferente das que já afetaram a África, Europa e EUA, já que ela parece se espalhar mais fácil, mas ainda não há dados conclusivos.

Do CanalTech (com informações da  NewScientist )

Sair da versão mobile