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Estrabismo tem cura? Entenda a condição que afeta os olhos

Condição é causada pela “fraqueza” dos músculos dos olhos, mas pode ser tratada e curada quando diagnosticada precocemente

Popularmente conhecido como ‘vesguice’, o estrabismo é uma condição oftalmológica quando os olhos não ficam paralelos, ou seja, que apontam para direções diferentes. Ele pode surgir nos primeiros meses de vida nas crianças maiores e nos adultos por diferentes razões. Mas você sabia existe tratamento para alinhar os olhos?

A causa dessa condição é o desequilíbrio da função dos músculos oculares. Cada olho possui seis músculos, que controlam os movimentos do globo ocular. Quando estão em harmonia, os olhos se mantêm alinhados, mas quando há um desequilíbrio na função dos músculos, o olhar não fica paralelo.

A oftalmologista Valerya Schiffler, da Phoco Clínica Oftalmológica, explica que ele pode ser classificado em convergente, quando os olhos são voltados para dentro e divergente, quando são voltados para fora, em direção à orelha. Existe ainda a hipertropia ou vertical, quando o olho é voltado para cima ou para baixo. “O estrabismo por ser de congênito, quando o paciente nasce com alguma alteração nas funções musculares ou outras doenças que levem ao estrabismo, ou pode ser adquirido. Doenças sistêmicas, como neurológicas ou autoimunes, podem causar o desalinhamento dos olhos. Outra causa importante também deve ser lembrada: traumatismos cranianos, causados por acidentes”, explica a médica.

“Até os 4 meses, pequenos desvios são normais. Se o desvio após essa idade permanecer ou aumentar, o paciente deve procurar um profissional especializado para saber o motivo e iniciar o tratamento. Em adultos o desvio é percebido pelo próprio paciente, tanto pelo fator estético quanto pelo fator visual, que causa distúrbios visuais perceptíveis”

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

A oftalmologista Hanna Teodoro, do Hospital de Olhos de Vitória, conta que os sinais do estrabismo geralmente variam dependendo da causa e não somente da idade. “Entre os principais sintomas estão o desvio ocular visível (na direção do nariz, da orelha, para cima ou para baixo), a visão dupla, a dificuldade de mover o olho para determinada direção, ou até mesmo turvação da imagem ou perda do foco quando o desvio acontece”, diz.

O diagnóstico é realizado através do exame de motilidade ocular, feito pelo médico especialista. Hanna Teodoro conta que o teste do reflexo, feito para avaliar se o foco de luz está centralizado nas duas pupilas, não é fundamental para o diagnóstico do estrabismo. “Ele é um teste mais simples, podendo ser realizado por qualquer pessoa. Mas para diagnosticar o estrabismo, é necessário o exame de motilidade ocular, onde será estimulado o estrabismo. Muitas pessoas têm desvio ocular e não sabem, porque eles se manifestam na consulta com o especialista, podendo ser somente acompanhados, sem necessidade de tratamento”.

O estrabismo pode ser tratado com uso de óculos, oclusão (tampão ocular), lentes prismáticas, toxina botulínica ou cirurgia. “Cada caso é um caso, e o tratamento vai ser definido na consulta com o especialista. E a cirurgia é indicada quando não tem melhora com os tratamentos citados”, reforça Hanna Teodoro.

Para os adultos que cresceram com o estrabismo, é possível realizar uma cirurgia oftalmológica para corrigir o problema, fazendo com que os dois olhos passem a olhar na mesma direção. Para avaliar o caso, é preciso se consultar com um médico oftalmologista especializado no assunto.

ORIENTAÇÃO

Muita gente ainda acredita que o estrabismo desaparece com o crescimento. A principal orientação é que assim que o desvio ocular for notado nas crianças, elas devem ser encaminhadas para avaliação oftalmológica. “Se o desvio for logo percebido e tratado precocemente, os resultados do tratamento são melhores e evitam danos permanentes, como por exemplo o famoso olho preguiçoso. Não quer dizer que tratamento precoce será uma cirurgia precoce. Cada tipo tem a sua indicação”, diz Valerya Schiffler.

Hanna Teodoro diz que a falta de tratamento adequado pode comprometer a visão do olho desviado. “Geralmente a falta do tratamento adequado compromete a visão do paciente, não necessariamente levando a cegueira total. Isso acontece na infância, onde a visão está ainda em desenvolvimento. Já na fase adulta, a visão já se consolidou. E muito paciente que já tem baixa visão de um dos olhos tem mais risco de desenvolver estrabismo nesse olho”, diz a oftalmologista.

A Gazeta

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