No início da tarde desta terça-feira (4), os futuros da soja seguiam operando em campo positivo na Bolsa de Chicago e aida registrando altas de dois dígitos nos principais vencimentos. As cotações subiam de 9 a 13,50 pontos, por volta de 12h30 (horário de Brasília), com o janeiro sendo cotado a US$ 13,57 e o maio a US$ 13,75 por bushel. Os preços, segundo analistas e consultores, seguem mirando os US$ 14,00 por bushel.
Além dos futuros da soja em grão, os do óleo negociados na CBOT também operam do lado positivo da tabela na CBOT. As altas passavam de 1,5% nos contratos mais negociados, com a posição mais negociada – março/22 – sendo cotada a 57,40 cents de dólar por libra-peso.
Problemas de clima também são combustível para os ganhos entre os óleos vegetais. “Os futuros do óleo sobem forte puxados por alagamentos na Malásia e Indonésia, maiores produtores e exportadores de óleo de palma do globo, quebra da safra sem precedentes da canola no Canadá e o clima seco e quente na América do Sul. Em resumo, do lado da oferta, parece que 2022 será mais um ano de aperto na oferta global de óleos”, explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
CLIMA NA AMÉRICA DO SUL
O clima adverso na América do Sul segue no centro das atenções do mercado, bem como os cortes nas estimativas que vêm sendo feitos para as safras. No Brasil, ontem a consultoria StoneX reduziu sua projeção de 145,1 para 134 milhões de toneladas na temporada 2021/22.
Somente no Paraná, o Deral (Departamento de Economia Rural) corrigiu seu número de 18,4 milhões de toneladas em dezembro para 13,1 milhões. As projeções iniciais da safra paranaense eram de 21 milhões de toneladas e novos cortes ainda poderão ser feitos.
As previsões ainda sinalizam condições desfavoráveis para importantes regiões produtoras não só do Brasil – em especial no Sul do país em função da estiagem, com os estados já decretando estado de emergência – e os padrões se mantendo, pelo menos, até meados deste mês também para Argentina e Paraguai.
Segundo as informações do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), apesar de algumas chuvas que deverão chegar a partes do Sul do Brasil, ainda não há a previsão de uma profunda mudança de padrão para a região no médio prazo.
Depois do Paraná, Mato Grosso do Sul também já decretou estado de emergência e o Rio Grande do Sul identificou 138,8 mil propriedades rurais sendo atingidas pela estiagem.
De outro lado, no centro-norte do Brasil as atenções estão voltadas para o excesso nas precipitações, condição também considerada característica clássica do La Niña. Nas últimas semanas, o volume de chuva foi bem acima da média esperada para várias cidades do Norte e Nordeste do Brasil e a tendência é que continue chovendo em boa parte da área.
A prefeitura de Teresina/PI decretou situação de emergência devido aos estragos causados pelas fortes chuvas que atingem a cidade nos últimos dias.