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Soja chega rapidamente aos US$14/bushel com ajuda do farelo e movimento intensificado pela atuação de fundos

Para analista, momento exige cautela por três fatores: alta rápida e concentrada na soja, relatório do USDA da próxima semana e chegada da safra brasileira

A semana foi agitada para o mercado da soja na Bolsa de Chicago, que fechou o pregão da sexta-feira (7) com altas fortes para os principais contratos. Os vencimentos mais negociados encerraram o dia com ganhos superiores a 20 pontos, com o janeiro valendo US$ 14,01 e o maio, referência para a safra brasileira, cotado a US$ 14,18. 

O mercado segue bastante especulado, volátil e, principalmente nesta sexta, focado no andamento das cotações do farelo de soja diante das preocupações com a safra da Argentina em função das adversidades climáticas. 

“Os fundos estão comprando e são motivados pelo farelo, pelas condições da Argentina, as dificuldades de produção e chegada da soja nos portos do Brasil, tudo isso está sendo acompanhado pelos especuladores”, explica Aaron Edwards, consultor de mercado da Roach AgMarketing. E justamente em função desse tom especulativo é necessário cautela neste momento, completa.

Edwards lembra que a próxima semana será de novos boletins mensais de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o que também pode mexer com as cotações. O reporte de janeiro do departamento americano pode trazer algumas novidades, principalmente sobre os números da América do Sul, mas também chama a atenção pela atualização dos estoques finais – americanos e globais. 

“E ainda temos a possibilidade da safra brasileira começar a entrar e isso pode pesar”, diz. “O Brasil não tem a mesma capacidade de armazenagem de outros países, com o produtor precisando pagar por isso ou vender a soja, gera uma pressão de venda e isso pode pressionar. Mas isso é o produtor brasileiro que sabe melhor. Mas aqui nos EUA todos se perguntam: como vai chegar a safra brasileira”, explica o consultor. 

Problemas que ainda poderiam aparecer, principalmente sobre a chegada da oferta brasileira, vão ser de perto acompanhados pelo mercado internacional, bem como as exportações americanas, as quais ainda não ganharam ritmo. 

Acompanhando todas essas particularidades do atual momento da safra é importante ainda que o produtor brasileiro alinhe suas estratégias de comercialização, capturando as oportunidades que este momento do mercado oferece.

O mercado do farelo de soja sobe de olho nas preocupações sobre a safra da Argentina, uma vez que é de lá que vem a maior parte das exportações do subproduto. Ontem, o Ministério da Agricultura local e a Bolsa de Cereales de Buenos Aires apontaram a continuidade das adversidades climáticas e uma piora nas lavouras de soja – e milho – do país. 

“Os próximos dias devem ser de calor intenso em nossos vizinhos, com temperaturas médias oito graus acima do histórico para o período. Com altas temperaturas e poucas precipitações, lavouras argentinas devem passar por momentos difíceis até a entrada de uma nova frente fria na segunda quinzena do mês”, afirma o time da Agrinvest Commodities. 

O mercado do farelo vê as preocupações crescerem com a safra da matéria-prima em sua principal origem comprometida pelo clima em um momento onde a oferta do derivado segue bastante comprometida. E mais do que isso, os demais países produtores de soja da América do Sul também continuam sofrendo com adversidades climáticas e quebras de produção. 

No Brasil, somente o sul do país já acumula uma perda, de acordo com algumas consultorias, de 15 milhões de toneladas. E no Centro-Oeste, onde chove demais, as regiões relatam perdas de qualidade, dificuldade para o avanço da colheita e a pressão maior de algumas doenças, especialmente as fúngicas. 

Notícias Agrícolas

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