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Livro revela documentos inéditos da renúncia de governador do Paraná

“1971: a queda de Haroldo Leon Peres” esmiúça os 252 dias de governo

No dia 23 de novembro de 1971, após idas e vindas, o governador Haroldo Leon Peres decidiu pôr um fim a seu mandato no governo do Paraná. Ao encaminhar pedido de renúncia ao cargo, tornou-se o primeiro e único governador indicado pelo Regime Militar de 1964 a não cumprir integralmente o mandato para o qual foi escolhido. Só este fato é digno de fazer parte da história da República.

Ao deixar o Palácio Iguaçu num episódio que teve o carimbo de uma “cassação revolucionária”, Haroldo passou seus próximos anos buscando se defender da acusação de ter tentado corromper o empresário Cecílio do Rego Almeida.

Nestes 50 anos da data da renúncia, passou como sendo verdade os fatos narrados nas cinco páginas da matéria de capa da edição n.º 169 da revista “Veja” que circulou com data de 1º de dezembro de 1971 e a manchete: “A lição do esperto Leon Peres”. Logo após começar a circular, ordem do governo federal mandou apreender os exemplares que, então, foram vendidos em fotocópias. É preciso recordar que, à época, o Brasil vivia sob o pesado manto do AI-5.

O livro “1971 — Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”, que será lançado às 19h do próximo dia 23 de novembro (terça-feira) nas Livrarias Curitiba do Park Shopping Barigui, em Curitiba, passa um pente fino sobre os 252 dias de governo de Leon Peres e traz à tona novos fatos que alteram o que se sabia até agora sobre esse período.

Escrito por Jair Elias dos Santos Júnior e Jean Luiz Féder, o livro, de 650 páginas, revela documentos do Serviço Nacional de Informação (SNI) que estão sendo divulgados pela primeira vez; de uma operação especial, com autorização de Brasília, para flagrar uma conversa sobre propina a ser paga por Cecílio a representante do governador; os originais de uma entrevista com Leon Peres onde ele faz revisões e adendos e, inclusive, as fotos do encontro do governador com Cecílio na praia de Copacabana. Os autores também tiveram acesso a memorandos do Departamento de Estado dos Estados Unidos que acompanhou os episódios de 1971 de perto.

Paulo Pimentel, então governador do Paraná, recebe a visita de Haroldo Leon Peres, que havia sido indicado governador, no Palácio Iguaçu. 07/05/1970

O caso que ao final envolveu Cecílio do Rego Almeida, um dos maiores empreiteiros do Brasil, e ficou conhecido à época apenas nos bastidores da política nacional, levou à renúncia do governador indicado Haroldo Leon Peres, num episódio até então não muito esclarecido. Ao final da leitura, será possível o leitor tirar sua própria conclusão: se Haroldo Leon Peres deixou o governo por livre espontânea vontade ou por espontânea pressão.

“1971 — Conspiração, conflitos e corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres” está sendo vendido com preço especial de R$ 59,90 em pré-lançamento no https://novahistoriapr.com.br/projetos/leon-peres-1971/.

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