O rapaz vive há dois anos em Manaus, onde faz faculdade de medicina em uma instituição particular
O estudante de medicina Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, 22 anos é apontado pela própria família como autor de uma série de estupros cometidos contra as primas e a própria irmã, durante o período em que vivia em Teresina, no Piauí. O rapaz vive há dois anos em Manaus, onde faz faculdade em uma instituição particular.
Os abusos vieram a tona em julho deste ano, em uma descoberta feita pela advogada e estudante de medicina Priscila Karine, que ainda mora em Teresina, que é mãe de uma das vítimas. Em entrevista ao site GP1, na noite da última quarta-feira (22) Priscila Karine revelou detalhes dessa triste história.
Segundo ela, Marcos Vitor entrou para a família Coelho Campos aos 8 anos de idade, quando o pai dele casou com sua irmã, tendo sido tratado como sobrinho por ela desde então, que nunca desconfiou de que algo estaria errado. Foi quando recentemente, a filha de Priscila, de 12 anos, afirmou que foi abusada dos 5 aos 10 anos por Marcos Vitor. Logo após a família descobrir o caso, a irmã de Marcos Vitor, de 9 anos, também revelou ter sido vítima de estupro.
O caso foi levado à Polícia Civil no dia 31 de agosto, e a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) já deu início às investigações.
Logo após a filha e a sobrinha revelarem os abusos, Priscila Karine foi procurada por mais duas sobrinhas e outras duas primas do estudante, que disseram também ter sofrido abusos. Há ainda a suspeita de que ele tenha abusado da outra irmã pequena, de apenas 3 anos.
Até o momento, Priscila e a irmã, madrasta do acusado, foram as únicas que denunciaram o caso à polícia, e esperam que as outras vítimas, por meio de seus responsáveis, também criem coragem para denunciar.
Priscila contou ainda na entrevista que só descobriu tudo porque desconfiou do comportamento da filha e ela acabou falando para a mãe o que havia acontecido.
“Minha filha estava com depressão e se automutilando, a gente conversava com ela e começamos a suspeitar de alguma coisa de abuso, porque ela teve um episódio de um sangramento injustificado. Fomos investigar, mas nunca descobrimos a causa e ela, até então, nunca contou nada, até que uma prima disse que o Marcos Vitor estuprava minha filha desde os 5 anos de idade, e finalmente ela me confirmou, mas ela só conseguiu falar porque tem dois anos que ele foi para Manaus. Nesse primeiro momento, o Marcos confirmou o abuso sexual de minha filha, contudo, nós continuamos investigação e depois fomos descobrir o caso da minha sobrinha, irmã dele”, relatou Priscila Karine.
Ainda segundo Priscila, Marcos admitiu ter abusado da filha dela e simplesmente pediu desculpas. “Ele confessou, pedindo desculpas, não se defendeu, disse: ‘essa foi uma parte escura da minha vida que me envergonha muito e que eu nunca queria voltar. Não existe nada que justifique o que aconteceu, nada que me exima. Eu só posso pedir perdão pra você e pra toda a família que sempre me acolheu muito bem’”, disse Priscila parafraseando mensagem deixada pelo acusado.
Priscila deu detalhes ainda contados pela própria menina dos abusos sofridos. “Era masturbação, sexo oral, ele não fez o ato sexual em si, a penetração, mas ela conta que ele chegava a dizer ‘tu gosta, né!’”, detalhou a mãe.
Priscila Karine denunciou o caso à Polícia Civil no dia 31 de agosto e sua irmã, madrasta de Marcos Vitor, também já registrou Boletim de Ocorrência. “Quero ver se consigo a prisão preventiva dele porque tem risco de fuga, ele tem dinheiro, a mãe dele morou em Portugal por muitos anos e ele tem visto para os Estados Unidos”, explicou.
O delegado Matheus Zanatta, coordenador da Gerência de Polícia Especializada (GPE) da Polícia Civil do Piauí, disse em entrevista ao mesmo site, que conversou com a delegada Camila Miranda, titular da DPCA, para saber o andamento das investigações.
“Falei com a delegada Camilla e ela disse que já foi aberto procedimento criminal e vão ser colhidos elementos e informações para fazer a instrução do procedimento criminal, para no prazo do inquérito ser concluído e enviado à Justiça. O inquérito vai ser instruído com o depoimento especial da vítima, a criança, e depoimentos de testemunhas”, declarou.
Marcos Vitor deixou uma mensagem em sua página no Instagram na última terça-feira, após ter apagado todas as fotos. O rapaz não nega as acusações, e diz que tudo será “esclarecido” nos órgãos competentes.