Todos os atos foram pacíficos no Estado, com exceção de uma idosa que foi presa, em Cascavel, cuspindo em manifestantes pró-Bolsonaro; confira o resumo do dia
Os quatro cantos do Paraná registraram manifestações alusivas à Independência do Brasil, tanto oficiais, quanto de iniciativa popular. Houve manifestações pró-Bolsonaro e outras opostas ao presidente da República. O RIC Mais preparou um resumo do que ocorreu em todo o estado, em texto, ou em links ao pé da matéria. As manifestações foram todas pacíficas. A única ocorrência policial registrada foi em Cascavel, no oeste do Paraná, onde uma mulher tirava a máscara para cuspir em manifestantes em prol do presidente.
Logo cedo, por volta das 6h15, o dia começou com bloqueio na BR-101, com manifestantes bloqueando os dois sentidos da via, tanto sentido Curitiba, quando sentido Santa Catarina. Houve bloqueios na altura das cidades de Garuva, Joinville e Santa Cecília. Ao longo do dia, outros trechos da estrada também foram bloqueados pelos manifestantes em prol do presidente Jair Bolsonaro. No fim da tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a concessionária Auto Pista Litoral Sul já tinham conseguido liberar as pistas e o tráfego fluía lento.
Curitiba
A capital teve manifestações pró e contra Bolsonaro, em locais diferentes. Os atos pró-Bolsonaro ocorreram no Centro Cívico, entre as rotatórias do Palácio Iguaçu e a Prefeitura. Os manifestantes pediram pelo voto impresso e pela destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Já os atos contra o presidente Jair Bolsonaro iniciaram às 16h, na Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba. Entre as principais pautas estavam a luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, além das críticas à Bolsonaro pela má gestão da pandemia de Covid-19 no país e ameaças antidemocráticas. Conforme a própria organização do evento, o ato foi uma resposta às manifestações convocadas pelo próprio presidente e por seus apoiadores.
Maringá
Em Maringá, não houve desfile como em anos anteriores, por causa do novo coronavírus. Houve apenas uma cerimônia oficial em frente à prefeitura, que começou com apresentação da banda do Colégio Militar do 4º Batalhão da Polícia Militar. Em seguida, o cerimonial da prefeitura nomeou os políticos, secretários municipais e representantes de órgãos e entidades presentes e encerrou com o hasteamento da bandeira.
Fora dos eventos oficiais, a cidade teve manifestações favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As pessoas se concentraram em pelo menos 12 pontos diferentes, das seis rodovias que cortam os municípios da região, com bandeiras, roupas verde e amarelas e enfeites nos carros, além de caminhões e máquinas agrícolas. As manifestações se estenderam pacíficas até a tarde.
Também houve manifestação contra o governo federal na cidade.
Centro oeste
Em Campo Mourão, um ato pró Bolsonaro foi sofisticado e usou até aviões soltando fumaça verde, amarela e branca no ar. O ato organizado, pelo grupo Direita Conservadora Mourãoense (DCM), iniciou na Praça Central e defendeu a Liberdade de Expressão; Voto Impresso e Auditável; e o Saneamento do STF e Congresso Nacional. Às 15h30, os manifestantes assistiram ao pronunciamento que o presidente Jair Bolsonaro fez na Avenida Paulista, em São Paulo, ao vivo através de um telão.
Depois de atos com discursos pelo centro, agricultores reuniram máquinas agrícolas, colheitadeiras, caminhões e outros maquinários grande próximo ao Anel Viário, onde houve a apresentação dos aviões agrícolas soltando fumaça colorida no campo.
Oeste
Única cidade da região que teve evento oficial foi em Toledo. Pela manhã, secretários, funcionários públicos e autoridades hastearam a bandeira e cantaram o Hino Nacional em frente ao paço municipal.
A princípio, foi somente na cidade de Cascavel que a Polícia Militar registrou uma ocorrência. Uma idosa de 64 anos foi detida por cuspir em participantes da manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro durante a tarde. A mulher estava parada no cruzamento da rua Marechal Deodoro com a Avenida Brasil e baixava a máscara para disparar jatos de cuspe contra qualquer um que passasse vestido de verde e amarelo ou estivesse carregando uma bandeira.
Houve diversas manifestações em prol do presidente Jair Bolsonaro na região. Em Foz do Iguaçu, muitas pessoas se aglomeraram na praça Mitre. A multidão, de posse de bandeiras e carros de som tomou o centro da cidade. Caminhoneiros também participaram com um buzinaço.
Em Palotina, agricultores utilizam máquinas agrícolas para realizar a manifestação à beira da rodovia que dá acesso á cidade. Uma bandeira do Brasil foi hasteada na estrada, mas o trânsito de veículos não foi bloqueado. Em Santa Helena, a 100 quilômetros de Palotina, moradores também se concentraram no centro da cidade com bandeiras verde e amarelas. Este pode ter sido o maior ato popular na história da cidade.
Em Cascavel, manifestantes se reuniram no calçadão da Avenida Brasil, a tarde. De acordo com a Polícia Militar (PM), o público aproximado foi de aproximadamente 10 mil pessoas 1.500 veículos em frente à prefeitura.
Durante a tarde, em Toledo, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se concentraram no Lago Municipal de Toledo e percorreram as quatro principais avenidas da cidade.
Já sobre as manifestações contra o presidente, um grupo pequeno de pessoas se reuniu na rotatória da Unioeste, em Cascavel, com faixas e camisetas.
Londrina
A comemoração oficial do dia da Independência do Brasil em Londrina, no norte do Paraná, foi com solenidade de hasteamento da bandeira, pela manhã, no Centro Cívico Bento Munhoz da Rocha Neto. Foram executados os hinos Nacional e da Independência do Brasil. Pelo segundo ano seguido, não houve desfile na Avenida Leste Oeste.
Das manifestações populares, Londrina teve atos pró e também contra o governo federal. Nos atos a favor do presidente Jair Bolsonaro, caminhoneiros e motoristas se reuniram na BR-369, no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina, pela manhã, apoiando Bolsonaro e pedindo a destituição dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao fim da tarde, acredita-se que 10 mil pessoas se uniram ao ato. A Avenida Duque de Caxias também ficou repleta de motociclistas e populares vestindo verde e amarelo durante o dia.
Em outro ponto, na PR-445, os manifestantes pró-Bolsonaro se encontraram em um posto de combustíveis. Elas levaram imagens e figuras religiosas e fizeram buzinaço. Não houve interdição de rodovia e, conforme a Polícia Rodoviária Estadual, às 14h30 a manifestação tinha cerca de 50 caminhões e 100 pessoas.
Os atos contra o presidente ocorreram na praça do bairro União da Vitória 4, em Londrina, de uma forma diferente e solidária. Os manifestantes entregaram 250 cestas básicas à comunidade. Entre as pautas discutidas estavam a defesa da participação popular, saúde, comida, moradia, emprego e contra as privatizações.
No sábado (04), o movimento contra Bolsonaro já tinha feito outra manifestação. A Marcha dos Excluídos, como já é conhecida, seguiu até o Centro Cultural Kaingang, em uma ação de defesa pela moradia para todos. Materiais de construção foram levados no centro para ajudar a reconstruir seis moradias que ficaram destruídas em um incêndio no começo do mês de agosto. A organização dos atos foram das pastorais sociais, com apoio do Coletivo de Sindicatos, Levante Popular da Juventude e outros movimentos populares da cidade.
Além de Curitiba e Londrina, foram confirmadas manifestações contra o presidente em Maringá, Umuarama, Campo Magro, Guarapuava e Matinhos.