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Urna eletrônica poderia receber impressora de votos sem mudar contrato, diz fabricante

Positivo afirma que empresa está neutra em relação a discussão do voto impresso

A Positivo Tecnologia, que no ano passado venceu licitação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fabricar novas urnas eletrônicas para as eleições do ano que vem, já começa a entregar a produção em novembro.

Quando ganhou o contrato em 2020, a empresa até virou alvo de uma fake news de que teria sido vendida para os chineses, mas diz que “está neutra” em relação à discussão do voto impresso defendido por Bolsonaro, segundo Hélio Rotenberg presidente da Positivo.

O equipamento já vem com saída para plugar impressora, independentemente do imbróglio que coloca em dúvida o resultado das urnas. “Se, por acaso, tivessem determinado o voto impresso, e eu não estou emitindo opinião do que eu acho sobre se deveria ou não, mas se o voto impresso tivesse ganhado, a nossa urna está predisposta a receber uma impressora de votos”, afirma Rotenberg.

O contrato da Positivo não teria que sofrer nenhum aditivo, mas Rotenberg ressalva que o TSE precisaria aplicar mudanças no software. Na novela do voto impresso de Bolsonaro, o executivo diz que não chegou a sentir insegurança em nenhum momento.

“Fizemos o projeto baseados nas especificações do TSE, que verifica, contrata outros órgãos e tem várias fases de checagem. Está tudo correndo muito bem, e a gente começa a entregar as urnas em novembro. Das 225 mil, 20% a gente entrega neste ano e o restante até abril e maio do ano que vem. É o que o contrato reza e vamos cumprir integralmente”, diz Rotenberg.

A fabricação das urnas é parte de um projeto mais amplo de diversificação em que a Positivo ingressou há alguns anos, para expandir sua atuação além dos mercados de computadores e smartphones. Na nova fase, a empresa também estuda entrar em terminais lotéricos e na terceirização do sistema de bilhetagem do Rio.

Hélio Rotenberg, presidente da Positivo Tecnologia – Roberto Souza/Divulgação

Outro negócio novo em que a Positivo tem obtido resultados é o de aluguel. “Isso cresce muito, principalmente, a locação de 36 meses para empresas. Em vez de comprar, ela aluga com vários serviços agregados. É uma tendência. E nas escolas também cai como uma luva porque a receita delas é mensal, então, equilibra o fluxo de caixa”, diz Rotenberg.

No horizonte, a previsão do executivo é que o aquecimento da demanda por computadores, acelerado na quarentena, não deverá recuar com o retorno ao trabalho e às aulas presenciais, porque o home office híbrido vai manter o consumo estimulado.

Na balança entre notebooks, que correspondem a 90% do mercado residencial, e desktops (10%), Rotenberg diz que ainda é difícil prever o que vai acontecer nos escritórios, que têm essa divisão mais equilibrada em torno de 50% para desktops e 50% notebooks.

Ainda não é possível afirmar se a arquitetura dos novos escritórios, sem mesas fixas para o frequentador esporádico, pode reduzir o uso de desktops e aumentar a presença de notebooks, segundo ele. “Notebook é a bola da vez, pode ser usado em casa ou no trabalho, mas tem empresas que vão continuar tendo as estações fixas porque elas podem ser compartilhadas”, diz.

Da Folha de São Paulo

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