Em parceria com Estado, Ibiporã terá primeira escola bilíngue na rede municipal
A Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina e a Prefeitura Municipal estão à frente da iniciativa. Uma escola é considerada bilíngue quando pelo menos 30% do conteúdo é ministrado no idioma estrangeiro. A previsão é que as aulas tenham início em fevereiro do próximo ano.
A cidade de Ibiporã, na região metropolitana de Londrina, será a primeira do Estado do Paraná com uma escola bilíngue – português e inglês – na rede municipal de educação. A iniciativa é resultado de uma parceria firmada entre a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina (Fauel) e a Prefeitura Municipal, por meio de um Termo de Fomento.
O documento foi assinado pelo prefeito José Maria Ferreira, em cerimônia com a presença de diversos professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O acordo prevê investimento de recursos públicos da ordem de R$ 250 mil, oriundos do orçamento daquele município.
A ação envolve uma consultoria para o município, incluindo elaboração de projeto pedagógico, produção de material didático, formação docente, desenvolvimento de currículo integrado e acompanhamento. Para alcançar a proficiência necessária, os professores da escola passarão por curso de formação de 150 horas, com aulas teóricas e práticas.
GERAÇÃO BILÍNGUE – Pioneira no ensino de inglês desde a educação infantil, Ibiporã já oferta o idioma em todas as escolas municipais, com duas horas semanais na grade curricular, nas turmas de Ensino Fundamental. “Agora, podemos trazer um método inovador e garantir igualdade de oportunidades. A ideia é formar uma geração bilíngue em dez anos”, afirma o secretário municipal de Educação, Antonio Prata Neto.
Ele destaca que a expectativa é de rápida expansão do projeto, conforme a qualificação de mais professores. “Membros da comunidade estão reivindicando a escola para perto de suas residências. Além disso, já existe uma lista de 70 professores pré-inscritos”, sinaliza o gestor, salientando que, em um ano, devem ser contemplados 50 professores e, pelo menos, 250 estudantes.
O projeto será desenvolvido por uma equipe de professores e estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordenada pela professora Michele Salles El Kadri, do Departamento de Letras Estrangeiras Modernas do Centro de Letras e Ciências Humanas (CLCH); e pela estudante de mestrado Vivian Saviolli, do Programa de Pós-graduação em Educação, do Centro de Educação, Comunicação e Artes (Ceca).
COMUNIDADE ESCOLAR – A ideia é que toda a comunidade escolar, desde a equipe administrativa, recepção, auxiliares de cozinha e limpeza, participem da formação bilíngue das crianças. Outro diferencial é que serão beneficiadas pelo projeto turmas de Berçário (I e II), Maternal, Pré-Escola (I e II), 1º e 2º anos, além de alunos em fase de alfabetização.
De acordo com a legislação brasileira, uma escola é considerada bilíngue quando 30% a 50% do conteúdo é ministrado no idioma estrangeiro. Ou seja, é uma imersão precoce em uma segunda língua e não somente aplicação de disciplinas e aulas de inglês. “As crianças vão brincar, ouvir música e lanchar em inglês”, comenta a professora Michele.
Para a definição da escola que oferecerá o ensino bilíngue ainda serão consultados os professores da rede municipal e a comunidade local. A previsão é que as aulas tenham início em fevereiro do próximo ano.
FUNDAÇÃO – A Fauel é uma organização sem fins lucrativos, que busca utilizar os benefícios científicos, tecnológicos, culturais, sociais, econômicos e de infraestrutura da UEL, a serviço da comunidade. Entre as várias atividades, a Fundação viabiliza novas parcerias e promove a captação de recursos para atividades de ensino, pesquisa e extensão.