É do veneno de uma cobra brasileira que podem vir os dias finais da pandemia do novo coronavírus.
Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Araraquara descobriram que o veneno da cobra Jararacuçu (Bothrops jararacússu) tem uma molécula, o peptídeo, capaz de inibir até 75% da capacidade do vírus.
A Jararacuçu, que é encontrada no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, é responsável por cerca de 90% dos envenenamentos por cobras no Brasil.
A pesquisa, publicada na revista científica Molecules, ainda não foi testada em humanos, mas já se sabe que o peptídeo age em uma enzima presente em todas as cepas conhecidas do vírus. O estudo reproduziu a molécula em laboratório e realizou testes em macacos infectados por Sars-Cov-2, como informa o Correio Braziliense.
Os autores do estudo esperam iniciar logo os testes em humanos:
“Nosso descobertas representam um recurso valioso na exploração de novas moléculas como protótipos para descoberta e desenvolvimento de drogas contra infecções por SARS-CoV-2”.
Que cobra é essa?
Natural da Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil (Minas Gerais, Bahia e do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul), essa cobra é uma víbora venenosa da família dos viperídeos, muito temida pela quantidade de veneno que pode injetar.
O nome do gênero, Bothrops, é uma junção dos termos grego bothros, “buraco” e ops, “face” ou “olho”. Na língua tupi, jararacuçu significa “serpente venenosa grande”.
Pode medir até 2 m de comprimento. Sua coloração dorsal varia entre cinza, rosa, amarelo, marrom ou preto, com manchas triangulares marrom-escuras. Essas nuances de cores formam uma camuflagem perfeita, de modos que é muito difícil avistar essa espécie na floresta, até mesmo para olhos bem treinados. Por isso, essa cobra é responsável por 90% dos incidentes envolvendo cobras no Brasil.
De qualquer forma, é bom entender que mesmo sendo super venenosas elas têm sua importância na biodiversidade na Terra. Por isso, nunca maltrate ou mate uma cobra ou qualquer outro animal. Ademais, como vimos, elas podem salvar vidas.
