Índices na cidade são alarmantes. Taxa de transmissão está alta e hospitais estão lotados.
A prefeitura de Toledo, no oeste do Paraná, decidiu reorganizar sua classificação de risco para a Covid-19 e criou a “bandeira preta” na cidade. Os índices são alarmantes e indicam que Toledo já está em bandeira preta. Resta aguardar para ver quais medidas a prefeitura vai tomar nos próximos dias.
A decisão foi tomada pelos integrantes do Centro de Operações Emergenciais (COE) de Toledo, em reunião realizada na manhã desta terça-feira (08). Na ocasião, foi analisada a Matriz de Risco referente à Semana Epidemiológica SE22/2021, entre os dias 31 de maio e 05 de junho.
Em função do agravo da pandemia e da lotação dos serviços de urgência e emergência, para expressar a real situação da saúde pública do município e expressar melhor isso para a população, o colegiado do COE criou a bandeira preta, indicando o extremo risco para a Covid-19.
A Matriz de Risco utilizada para o estudo mantinha Toledo no mais alto risco de contaminação para Covid-19. A partir de 30 pontos já é atribuída a classificação de bandeira roxa. A partir deste novo entendimento, ao atingir 35 pontos entende-se que a situação é de extremo risco. A SE22/2021 foi classificada com 36 pontos.
A análise leva em conta a comparação com as duas semanas anteriores. Todos os seis indicadores usados para demonstrar a evolução do cenário pandêmico mantiveram um resultado ruim. Desde a taxa de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria adulto por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a previsão de esgotamento de leitos de UTI, variação do número de óbitos, variação do número de casos de SRAG, até a taxa de positividade.
Cenário da Semana SE22/2021
Foram registrados até o momento 930 novos casos de Covid-19 e 16 óbitos em decorrência da doença no período entre os dias 31 de maio e 05 de junho. Os principais sintomas apresentados pelos casos suspeitos nesse período foram tosse, cefaleia, mialgia e dor de garganta.
A taxa de letalidade em Toledo é de 1,47%. Esse coeficiente avalia o número de mortes em relação às pessoas que apresentam a doença ativa, e não em relação à população toda, ou seja, mede a porcentagem de pessoas infectadas que evoluem para óbito.
A mortalidade em Toledo é de 203,7 óbitos para cada 100 mil habitantes. A 20ª Regional de Saúde ocupa hoje a terceira posição no estado em número de casos, com 11.684. Das seis primeiras colocadas, quatro estão localizadas na Macrorregião Oeste.
Apesar da capacidade de atendimento do Pronto Atendimento Municipal (PAM) ter aumentado de 35 para 50 leitos hospitalares, o serviço tem enfrentado constante lotação. Com isso, ampliam-se os desafios para oferecer adequada atenção no momento do colapso do sistema de saúde, onde os pacientes são internados e não conseguem vagas hospitalares, pois não há vagas.
Na Macrorregião de Saúde atualmente existe uma demanda reprimida de 262 leitos hospitalares. São 167 pacientes aguardando um leito de UTI e 95 aguardando um leito de enfermaria.
De acordo com o Boletim Epidemiológico, até as 17h desta segunda-feira (07) eram 1.483 pacientes ativos em Toledo. Por se tratar de um vírus que é transmitido por vias aéreas, a velocidade de transmissão acaba sendo exponencial. Isso significa que facilmente teremos a multiplicação do número de pessoas contaminadas.
Esse é um dos motivos que levaram a Secretaria de Saúde a reorganizar os serviços de atendimento e a remanejar profissionais de unidades sentinela ou unidades básicas para reforçar os trabalhos no PAM.
Medidas
Nesta terça-feira (08) o prefeito Beto Lunitti assinou o Decreto Nº 162/2021 estabelecendo medidas mais restritivas de combate ao coronavírus. A Gestão Municipal e os profissionais de saúde também reforçaram a necessidade da população observar os cuidados básicos para evitar a propagação do vírus. O uso adequado de máscara, o distanciamento social e o álcool 70% continuam sendo as principais formas de precaução, independente se a pessoa já foi ou não vacinada.
O reforço na fiscalização para evitar aglomerações é uma das estratégias adotadas. Porém, a maior preocupação de alguns profissionais de saúde é em relação às aglomerações caseiras e distantes dos olhos das autoridades sanitárias. “Esse não é o momento para organizar festas, churrascos, encontros ou qualquer atividade que gere aglomeração”.
Do RIC Mais