[IMAGENS FORTES] Mulher é executada com mais de 10 tiros no portão de casa, em Curitiba
A mulher estava em um carro, modelo Onix, e esperava o portão automático abrir quando um suspeito, em uma moto sem placas, parou ao lado do automóvel
Ana Paulo Campestrini (foto), de 39 anos, foi assassinada a tiros na Rua Padre Paulo Canelles, em frente ao condomínio residencial Recanto dos Pássaros, no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A situação foi registrada na manhã da terça-feira (22) e o crime foi flagrado por câmeras de segurança.
De acordo com a apuração da equipe de reportagem da RIC Record TV Curitiba, a princípio, a vítima era moradora do condomínio e foi surpreendida enquanto chegava na residencial. A mulher estava em um carro, modelo Onix, e esperava o portão automático abrir quando um suspeito, em uma moto sem placas, parou ao lado do automóvel.
Nas imagens é possível ver o momento em que o motociclista se posiciona na frente da porta do lado do motorista do Onix e atira várias vezes, sem parar. Pelo menos 14 disparos atingiram o carro. A vítima não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Veja o vídeo:
Dentro do carro, a mulher levava uma secadora de roupas e um quadro com um retrato dela com uma outra mulher. Moradores do condomínio relataram que a vítima havia se mudado para o residencial há cerca de uma semana e, por isso, não a conheciam direito.
A Polícia Civil deve investigar o caso. O corpo da mulher será levado para perícia no Instituto Médico Legal (IML).
“Ela queria ser feliz com os filhos dela”, diz namorada
Mesmo profundamente abalada, Luana Melo fez questão de gravar um vídeo para falar sobre sua namorada, Ana Paula Campestrini. Ela descreveu a companheira como uma mulher amável, lutadora e que batalhou muito pela felicidade do casal e dos filhos, frutos de um casamento anterior.
“Ela foi o amor da minha vida, me ensinou muita coisa e eu esperava passar o resto da minha vida ao lado dela, mas tiraram ela de mim. Ela não merecia isso. Ela merecia ser tratada com respeito, com dignidade, com bondade, porque ela era uma pessoa assim. Ela só queria ser feliz. A gente só queria ser feliz uma do lado da outra. Ela queria ser feliz com os filhos dela, que eram a vida dela. Tudo para ela eram os filhos”,
disse Luana.
A viúva também fez questão de lembrar que Ana Paula era uma pessoa bondosa e que juntas elas lutaram contra o preconceito por serem um casal homossexual. “A Ana Paula Campestrini era uma joia rara nesse mundo, ela tinha no coração uma bondade sem limites, não importando a situação em que ela estava, ela tirava dela, mesmo que ela não tivesse muito, para ajudar outras pessoas. Ela lutou muito nos quase dois anos oficiais de namoro que a gente passou juntas, ela lutou muito, todos os dias, todos os dias ela batalhou, lutou para ser feliz, lutou para sermos felizes juntas, mesmo sob tanto preconceito, mesmo sob tanta dificuldade que é ser um casal homoafetivo, mas nunca pensamos em desistir, nunca pensámos ir pelo caminhos mais fácil”.
Por fim, Luana ressaltou que a namorada não tinha inimizades, tratava a todos com igualdade e respeito e, por isso, sua conduta como pessoa não pode estar ligada ao crime brutal do qual foi vítima.
“Ela era um ser humano encantador, qualquer pessoa que passou um ou dois minutos com ela ou que passou a vida ao lado dela, vai falar que ela era uma pessoa pura, boa. Ela não gostava nem de discutir, uma simples discussão já deixava ela desconfortável. Ela nunca brigou com ninguém, nunca teve confusão com ninguém, nunca se envolveu com nada que pudesse acarretar esse fim. Era uma pessoa alegre, divertida e brincalhona. Ela era incrível, mais que incrível. O mundo perdeu um ser humano sem outro igual”,
finalizou Luana.
Segundo informações apuradas pela equipe da RIC Record TV, há cerca de três anos, Ana Paula terminou o casamento de aproximadamente 17 anos com seu ex-marido. Juntos, eles haviam tido três filhos, com 16, 11 e 9 anos.
Atualmente, ela trabalhava como diarista e motorista de carros de aplicativo e vivia com a namorada no condomínio em frente ao qual foi assassinada.
Investigação
Na tarde da terça-feira (22), a delegada Tathiana Guzella, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), concedeu uma coletiva de imprensa para falar sobre a investigação que apura a execução de Ana Paula. Durante a conversa, a delegada ressaltou que a vítima não possuía passagens pela polícia e a motivação do crime ainda é um mistério.
Guzella aproveitou a oportunidade para pedir a colaboração de pessoas que possam reconhecer o assassino, filmando nitidamente pelas câmeras de segurança do condomínio. “Não encontramos boletins de ocorrência contra a vítima. Então, nós temos agora que buscar tudo o que rodeava a vítima e se caso a população tenha alguma informação que possa contribuir aqui nas investigações, pode materializar a denúncia completamente anônima através do 0800-6431121”, disse a delegada.
Do RIC Mais