Padre Antonio Aílson, o paranaense — de Palmital — que é “Capelão do Papa”
Da diocese de Guarapuava, o sacerdote é Historiador e em breve deverá tornar-se Doutor pela Universidade Gregoriana, de Roma. Ele foi escolhido pessoalmente pelo papa Francisco para as posição, grande honraria
Para a grande maioria dos católicos paranaenses, o nome do padre Antônio Aílson Aurélio pouco significado tem. Mas para quem está envolvido com temas históricos, ou simplesmente quem procura curiosidades históricas, esse padre da Diocese de Guarapuava é “uma raridade”. Trata-se do único paranaense que, atuando no Vaticano trabalha com o título de Capelão do Papa, recebido em novembro de 2016 (abaixo, explicação sobre a honraria). Poucos outros brasileiros ostentam o mesmo título.
Padre Aílson, 45, natural da pequena Palmital, em 2013 mudou-se para Roma, para estudar na Gregoriana, a mais reputada universidade de Santa Sé, em que obteve o título de Mestre, quando defendeu tese sobre a ação de Dom João Braga na Igreja, no nosso Estado. Em breve, padre Aílson defenderá o doutorado. Sua ação diária dá-se na poderosa Congregação dos Bispos, que alguns chamam de “fábrica de bispos”, pois é dela que se montam os processos informativos sobre candidatos ao episcopado do mundo todo. É uma espécie de olhos e ouvidos do Papa, acompanhando também a caminhada dos titulares de diocese no dia a dia.
Nosso encontro
Eu posso testemunhar: em 2013, padre Ailson, por recomendação de amigos em comum, esteve comigo, almoçamos juntos e depois eu o presenteei com alguns livros sobre a História do Paraná, que ele levou para Roma. Fez uma série de visitas em Curitiba, incluindo o Arquivo Público. Trata-se de pessoa agradável, absolutamente focada no seu ministério sacerdotal em que avulta o espírito do Historiador. Quando esteve em Curitiba, naquela ocasião, o sacerdote entrevistou dom Pedro Fedalto, conhecido por dominar o conhecimento do mundo católico do século 20, suas obras e seus bispos e padres.
Perfil do capelão de Francisco
Antonio Ailson Aurélio está matriculado na Universidade: PUG (Pontifícia Universidade Gregoriana) Área: História da Igreja. Logo defenderá tese de doutorado Tese título: A reorganização da Igreja no Paraná durante o episcopado de Dom João Francisco Braga (1908-1935): atores estratégias e conflitos. A tese parte da geografia humana, a formação do povo paranaense; procura fazer um “retrato “ de Dom João Francisco Braga e analisa seu trabalho no Paraná inclusive a criação da primeira província eclesiástica paranaense, bem como a presença da Igreja na sociedade e pontua o impacto de tal presença evidenciando alguns conflitos com outros atores presentes no Paraná naquele recorte histórico.
Manifestação da Diocese
O atual bispo diocesano de Guarapuava registra no site da Diocese: “O agora monsenhor Antônio Ailson Aurélio, é o mais novo nomeado como Capelão do Papa Francisco. O título honorífico é conferido por concessão especial a sacerdotes seculares a serviço da Santa Sé ou sob pedido do bispo da diocese a sacerdotes diocesanos considerados merecedores.
No caso de monsenhor Ailson, embora sendo diocesano, o reconhecimento partiu do próprio sucessor de Pedro, que enxergou em seu trabalho fator importante para o crescimento e desenvolvimento da Igreja, sempre calcado nos valores cristãos.”
Sobre o Monsenhor
Natural de Palmital, no Paraná, monsenhor Antônio Ailson foi a Roma em 2013 para cursar doutorado, que foi concluído em 2017. Seu trabalho foi um aprofundamento na vida e na obra de Dom João Braga, primeiro arcebispo de Curitiba.
Monsenhor Antônio também é graduado em Filosofia, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unicentro) e tem mestrado em História e Bens Culturais da Igreja, pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Atualmente, ele atua junto à Congregação para os Bispos do Vaticano, organismo da Cúria Romana, como responsável pela análise e trâmites de documentos referentes à Igreja e aos exercícios episcopais do Brasil, como, por exemplo, o acompanhamento das nomeações dos bispos e das visitas ad Limina, no Vaticano.
Serviço e unidade com o Papa
Ao ser comunicado do título que passou a derer, padre Aílson disse: “Foi uma honra inesperada receber o título que representa o reconhecimento de seu trabalho junto à Igreja ao longo do exercício de seu sacerdócio. Isso me dá a responsabilidade de continuar, cada vez mais humilde no trabalho, no serviço e disponível aos desígnios do Santo Padre. “Padre Ailson explica que “o capelão presta serviço a um ofício, àquilo que designa o Papa. Na história dos capelães está, exatamente, o serviço a um hospital, a uma congregação religiosa, em vários setores da Igreja. No meu caso, eu continuo prestando esse serviço aqui, na Congregação para os Bispos, ajudando o Santo Padre no discernimento do governo da Igreja em relação aos bispos, dioceses e acompanhamentos”, detalhou o religioso.
Palavra do Bispo
Dom Antônio Wagner da Silva, então bispo de Guarapuva, foi comunicado da concessão do título ao sacerdote diocesano e destacou: “Este é um verdadeiro presente para a Igreja, sobretudo, para nossa diocese. Padre Ailson mereceu este título, pois seu trabalho é brilhante e se destaca junto aos mais variados setores da Igreja.
Convido a todos para que rezem pelo novo monsenhor e que se mantenham firmes nas orações e intenções pelas vocações. Sem essa força que vem da oração, não poderíamos viver momentos tão especiais e importantes como este”, pontuou Dom Wagner.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Banda B e do CRN1