A população indígena que passa por determinados períodos por Campo Mourão terá um Terreno de Passagem oferecido pelo Município, nos fundos do Jardim Araucária, próxima à Casa da Música e Imape. A localização veio de encontro aos interesses dos indígenas, perímetro urbano, arborizado, próxima a um rio e de uma área de preservação permanente. Na tarde de quarta-feira, o Cacique Domingos Zacarias, acompanhado do vice-cacique Reinaldo e do professor Everton, da Comunidade Caingangue da Aldeia Ivaí (Região de Manoel Ribas), vieram conhecer o espaço, apresentado pela Secretária da Assistência Social do Município de Campo Mourão, Marcia Calderan de Moraes. A professora Gisele Ramos Onofre, do Curso de Geografia da Unespar/Fecilcam, também esteve presente, acompanhando todos os trâmites.
Além da apresentação do espaço, também foi discutido em conjunto com os representantes indígenas um “Termo de Permissão de Uso do Local”, contendo condicionalidades e as responsabilidades das partes, o qual será assinado pelo Cacique e o Gestor Municipal. Só na Aldeia Ivaí, hoje são mais de 500 famílias, incluindo um total de 3 mil pessoas. “São indígenas que periodicamente estarão passando por esta cidade, para poderem ofertar seu artesanato para as pessoas. Desde já, sendo assim, agradecemos a administração local por nos ofertar este local de passagem. Em um outro local onde os indígenas permaneciam em passagem anteriormente, havia o perigo do trânsito, especialmente para as crianças que periodicamente vem juntos. Em vários locais já existem estas áreas de passagem para indígenas, e para nós é importante contar com uma condição desta também em Campo Mourão”, ressaltou o cacique.
Gisele Ramos Onofre, professora pós-doutora da Unespar – Campus de Campo Mourão, colegiado de Geografia, que desenvolve assessorias técnicas e projetos de ensino e extensão em comunidades indígenas desde o ano de 2001, destacou que em Campo Mourão, por exemplo, já há a presença de uma comunidade indígena localizada na Região do Barreiro das Frutas. “Hoje vejo uma administração municipal, aqui nesta cidade, realmente preocupada em oferecer uma condição e suporte justo para estes indígenas, e vejo isto com muita felicidade e satisfação esta disposição de um novo terreno para passagem dos indígenas por aqui”, ressaltou.
A Secretária Marcia Calderan destaca que a oferta deste espaço partiu de uma ação gerada por meio um Grupo de Trabalho Interinstitucional, envolvendo as Secretarias Municipais, Conselhos Municipais, a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Ministério Público Estadual, CRAS (Centro de Referência em Assistência Social) e CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), entre outros órgãos.“É um espaço de 3 mil metros quadrados, inclusive com Área de Preservação e Proteção (APP), escolhido após consulta junto ao Departamento de Patrimônio e aprovado pelo Prefeito Municipal, verificamos a disponibilidade deste espaço, e assim; vamos preparar no local uma estrutura básica, com banheiros, água e espaço adequado para o preparo de refeições, e além disso vamos acompanhá-los, por meio de nossos programas sociais. Todo este processo está sendo acompanhado também pelo Ministério Público Federal”, conclui Marcia.
Da Assessoria