Ricardo Barros diz que ‘só professor não quer trabalhar’ na pandemia
Líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, o deputado paranaense Ricardo Barros (PP), provocou polêmica ao afirmar, na terça-feira, que “só os professores não querem trabalhar” durante a pandemia da Covid-19. A declaração foi dada em meio à votação da Câmara que aprovou projeto transformando a educação em atividade essencial e proibindo estados e municípios de suspenderem as aulas presenciais mesmo durante a emergência sanitária.
“É absurdo a forma como estamos permitindo que os professores causem tantos danos às nossas crianças na continuidade da sua formação. O professor não que se modernizar, não quer se atualizar. Já passou no concurso, está esperando se aposentar, não quer aprender mais nada”, disse Barros em entrevista à CNN Brasil.
Lei semelhante à aprovada pela Câmara Federal foi chancelada também pela Câmara de Vereadores de Curitiba e pela Assembleia Legislativa paranaense. O prefeito Rafael Greca (DEM) vetou item que proibia a prefeitura de suspender as aulas presenciais. Greca tem dito que as aulas presenciais nas escolas públicas municipais só serão retomadas após a vacinação contra a Covid-19 dos professores e trabalhadores da educação. A mesma decisão foi tomada pelo governador Ratinho Júnior (PSD), em relação às escolas públicas estaduais. Ratinho Jr também manteve a suspensão das aulas presenciais apesar da Assembleia ter aprovado a transformação em atividade essencial.
Corporações
Barros alegou que alguns estados já reabriram as escolas públicas e particulares, e os professores voltaram a dar às aulas, portanto, não tem motivo para todos os docentes não voltarem a ministrar as disciplinas. “Infelizmente, o Brasil foi abduzido pelas corporações. Não tem nenhuma razão para o professor não dar aula. O profissional de saúde está indo trabalhar, o profissional do transporte está indo trabalhar, o profissional da segurança está indo trabalhar, o pessoal do comércio está indo trabalhar, só professor que não quer trabalhar”, afirmou alegando que o trabalho dos docentes nas escolas pode ter alguma restrição devido à covid-19, mas os educadores “precisam trabalhar”.
De acordo com Barros, 20% da capacidade do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), que permite a distribuição de internet, foram destinados ao setor público, no entanto, “não há demanda” porque as diretoras das escolas não pedem a conectividade por terem medo de perder o cargo para alguém que saiba mais sobre o uso da internet. “As escolas não pedem a conectividade, porque a diretora que está lá não entende de informática. Se ela pedir a conectividade, vai perder a direção para uma professora que tenha mais habilidade nessa área”, afirmou o líder governista.
Do Bem Paraná