Ela ainda declarou que chegou pedir ajuda à polícia antes de tomar a atitude extrema; a mulher foi liberada depois de prestar depoimento
Uma mulher que atirou em seu marido na última quarta-feira (13) se apresentou na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPP), de Curitiba, nesta sexta-feira (15), para prestar depoimento. O homem permanece internado no Hospital do Trabalhador em recuperação.
De acordo com o delegado Victor Menezes, o casal vive um relacionamento conturbado e em junho de 2020, o marido já havia tentado assassinar a esposa. Na época, ele chegou a ser preso e, posteriormente, ganhou liberdade sob o uso de tornozeleira eletrônica.
No entanto, após o homem sair da prisão, os dois reataram o relacionamento. Até que dois dias antes do crime, na segunda-feira (11), ele recebeu uma intimação sobre a tentativa de homicídio contra a companheira e novas brigas começaram.
“Segunda-feira, por conta desse caso anterior, ele recebeu uma intimação da Justiça e já nesse momento eles passaram a discutir. Já passou a ter uma agressão mais forte, nesse contexto de violência doméstica e familiar. Foi por isso que ele foi expulso de casa, ficou sem domicílio, perambulando pela rua. Dia 13 de madrugada, por volta da 1h, ele tentou entrar na casa de forma não autorizada, pulou o muro e ela teria uma arma de fogo”, disse o delegado.
A jovem, que prefere não se identificar, conversou com a equipe da RIC Record TV e contou que chegou a pedir ajuda à polícia antes de tomar a atitude extrema. Mas como percebeu que nada iria ser feito, aceitou ficar com uma arma emprestada.
“No outro dia eu fui até a Delegacia da Mulher para fazer outro B.O. contra ele, para ver se eles tomavam alguma providência senão ele iria fazer alguma coisa para mim sim, ele estava muito agressivo, muito alterado. Quando eu cheguei na delegacia, fiz o B.O. e vi que não iriam resolver nada. Aí, quando eu cheguei em casa, uma amiga comentou que o marido tinha uma arma e eu queria ficar com a arma aquela noite, caso ele viesse. Eu aceitei”, disse a mulher.
A mulher ainda relatou que só atirou no marido depois que ele arrombou a porta da residência e investiu contra ela.
“Arrepender a gente se arrepende, mas se não fosse ele, seria eu. Eu estava sozinha em casa, não tinha outra maneira de me defender, se eu chamasse a polícia, a polícia ia demorar para vir como sempre e o pior tinha acontecido comigo. Eu tenho dois filhos para criar, eles precisam de mim”, declarou.
Sobre ter reatado com o marido depois que ele tentou matá-la, a mulher conta que na ocasião teve pena do companheiro e, por isso, acabou escrevendo uma carta e auxiliando ele na contratação de um novo advogado. Na mensagem, hoje em posse da polícia, ela chegou a dizer que o amava e que nunca iria abandoná-lo.
Por outro lado, agora, ela diz querer colocar um ponto final no casamento.
“Eu espero que ele se recupere, pague pelo o que fez e não me incomode mais. Não quero mais conviver com ele. Quero que ele siga a vida dele e eu vou seguir a minha”, finalizou.
Conforme a delegada Camila Cecconello, a polícia aguarda a recuperação do homem para que ele possa prestar depoimento.
Do RIC Mais