Vários fatores apontam para escassez de oferta e alta da demanda pelo cereal brasileiro neste ano
O ano de 2021 tem tudo para ser extremamente lucrativo para os agricultores, assim como foi 2020, revela a Consultoria TF Agroeconômica. “Diríamos que até um pouco mais, porque vendeu volumes maiores a preços elevados. Nossas recomendações são de não correr atrás de preço, e sim buscar lucratividade. Além disso, divida o seu volume produzido em, pelo menos, cinco lotes e vá fixando à medida que seu lucro pretendido for atingido. E não se arrependa, porque quem tem lucro constante, jamais terá prejuízo, ao contrário daquele que perseguem grandes lucros e que podem ter grandes prejuízos (alguns até perdem a fazenda)”, recomendam os analistas de mercado.
O que se pode ver no horizonte do mercado de milho é o seguinte:
a) Com a suspensão de embarques de milho para exportação durante os meses de janeiro e fevereiro na Argentina, é possível que a demanda internacional se volte para o Brasil, elevando os preços internos de arrasto. Este é um fato novo, que foi implantado dois dias antes do término do ano;
b) Contudo, os estoques de milho no Brasil estão baixos e, por isto, os preços já vinham subindo novamente. A estes estoques baixos deve-se juntar a seca que atingiu o Oeste do RS e de SC e que reduziu ainda mais a oferta do produto nestes dois importantes estados consumidores. Assim, se esta demanda se confirmar, impulsionada por altas no dólar como a do último dia do ano, é provável que os preços internos do milho em nosso país também se elevem proporcionalmente, para poder reter o pouco de disponibilidade ainda existente.
c) Deve-se levar em consideração que a área plantada de milho de 2020/21 no Brasil deverá ter uma redução de 9,6%, segundo o último relatório da Conab de dezembro. E, embora o USDA e algumas consultorias estimem a produção brasileira em 110 milhões de toneladas, a Conab a estima em apenas 102,59 MT, um acréscimo de apenas 0,1% sobre a safra anterior.
d) A demanda por carnes pela China está subindo acentuadamente, o que fará aumentar a demanda por milho no mercado interno e, consequentemente, manter os preços elevados em 2021.
e) A lucratividade do milho da primeira safra está por volta de excelentes 80,64%, devendo ser aproveitada. Já para o milho Safrinha, a lucratividade cai para 41,25% (ainda assim, acima dos 30% que os agricultores consideram excelente), mas que dará mais dinheiro ao produtor porque tem quase o dobro do volume.
Do Agrolink