Há duas grandes fontes de demanda de soja brasileira para os próximos anos
A safra de 2020/21 já começou auspiciosa para os sojicultores brasileiros, de acordo com a Consultoria TF Agroeconômica. “Bem instruídos e bem posicionados no mercado, já venderam cerca de 50% da safra, aproveitando a boa lucratividade, que está bem maior do que no início da safra passada. E esta lucratividade veio pra ficar.
Segundo os especialistas, há duas grandes fontes de demanda de soja brasileira para os próximos anos:
a) a primeira é no mercado interno, um programa de biocombustível que vai dobrar a demanda de grão: “Quando chegarmos ao B15, em 2023, a indústria local de soja terá de processar 10 milhões de toneladas a mais de grãos, indo dos atuais 44 milhões de toneladas por ano para cerca de 54 milhões de toneladas”, segundo André Nassar, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove);
b) Por outro lado, como disse o CEO da ADM (vide comentário abaixo) existe demanda chinesa por soja e farelo brasileiros “por vários anos”. Então, o agricultor brasileiro pode estar seguro em aumentar a sua área, porque haverá demanda e haverá lucratividade no plantio de soja. A curto prazo, isto é, para 2021, os fatores que se pode ver hoje no horizonte são os seguintes:
a) Chicago poderá se manter alto, acima dos $ 10,00/bushel (hoje está a $10,4775 para maio de 2021, contra $9,7775 na mesma data do ano passado), porque a demanda chinesa sobre soja e farelo americano deverão sustentar as cotações;
b) Os prêmios da soja brasileira estão hoje a $105/bushel para maio de 2021, contra $36/bushel há um ano. No primeiro semestre o Brasil reina sozinho, sem concorrência, no fornecimento à China, embora neste ano, o atraso no plantio nos faça perder o mês de janeiro;
c) O dólar para maio de 2021 está a R$ 5,77, contra R$ 4,03 na mesma data do ano passado. A possibilidade de uma nova onda de coronavirus deverá manter a atratividade do dólar elevada, semelhante ao que ocorreu no segundo trimestre de 2020.
CONCLUSÃO
“A perspectiva é de um ano de 2021 ainda melhor para o sojicultor do que foi 2020, porque ele teve chance (e continuará tendo ainda por alguns meses) de vender um volume maior a preços excelentes do que teve no ano passado, quando os preços só começaram a subir depois que ele já tinha vendido uma quantidade razoável da sua produção. Para 2021, ao contrário, ele já vendeu pelo menos 50% a preços excelentes e ainda deverá ter chance de vender mais um grande percentual a preços mais lucrativos do que o ano passado”, concluem os analistas da TF Agroeconômica.
Do Agrolink