O trecho que receberá investimentos tem 47 quilômetros e liga os municípios de Icaraíma e Umuarama, no Paraná. A previsão é que a intervenção seja concluída no início de 2022, contribuindo para a implantação de um corredor rodoviário que poderá ligar portos do Brasil ao Chile.
Um convênio entre Itaipu Binacional, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Governo do Paraná vai garantir a realização de parte de um dos mais importantes projetos rodoviários do Estado. A parceria será responsável pela execução das obras no trecho paranaense da BR-487, mais conhecida como Estrada Boiadeira.
Itaipu deverá aportar R$ 228 milhões para viabilização do empreendimento. Os recursos serão utilizados na implantação, reparação, restauração e pavimentação, além das obras de arte, em 47 quilômetros da rodovia. O trecho liga os municípios Icaraíma (Porto Camargo) e Umuarama (Serra dos Dourados), no Noroeste do Paraná, e deve estar pronto até início de 2022.
A Itaipu informa que a BR-487 não está na área de abrangência da usina, mas faz parte da bacia do Rio Ivaí, que desemboca no Rio Paraná e é importante pela sua contribuição ao reservatório da hidrelétrica. Para viabilizar a obra, o DNIT, responsável pelo empreendimento até o momento, vai disponibilizar o projeto e supervisionar a execução das obras, que ficará a cargo do governo estadual.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou a importância do investimento anunciado pela Itaipu Binacional na Estrada Boiadeira. “Mais uma iniciativa de grande impacto que a empresa adota em favor do Paraná. Temos uma forte parceria com a direção da hidrelétrica para projetos importantes no sistema logístico paranaense e a obra na Estrada Boiadeira reforça este apoio que o governo federal está concedendo ao nosso Estado por meio da Itaipu”, afirmou.
CORREDOR – Segundo a diretoria da Itaipu a obra contribui com um projeto mais amplo, de criação de uma rota bioceânica. O corredor rodoviário permitirá conectar o Porto de Paranaguá, e outros terminais brasileiros, a Antofagasta, no Chile. “O sonho de ligar os oceanos Atlântico e Pacífico já tem 60 anos, e só agora começa a se concretizar”, informa o comunicado da Itaipu.
De acordo com a empresa, a interligação bioceânica prevê uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros, entre Campo Grande (MS) e o porto chileno, que poderá reduzir em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Brasil para os países do Oriente, principalmente China, Japão e Coreia do Sul.
A intervenção na Estrada Boiadeira amplia as condições de acesso do Noroeste paranaense à cidade de Porto Murtinho (MS), onde será construída uma nova ponte entre Brasil e Paraguai. A passagem chega à cidade paraguaia de Porto Peralta e reforça o projeto bioceânico.
Essa ponte, em processo de licitação – a ordem foi assinada em julho –, será financiada pela margem paraguaia da Itaipu Binacional. Com 680 metros de extensão, a obra está orçada em US$ 75 milhões.
A ligação à ponte, no Mato Grosso do Sul, é pela BR-267, já implantada, que será conectada à Estrada Boiadeira, no Paraná. No lado paraguaio, o governo do País investe na pavimentação de quase 600 quilômetros de uma rodovia que começa na fronteira com o Brasil e segue em direção ao Chile.
DIRETRIZES – Segundo a empresa, o aporte financeiro de Itaipu para a execução de obras na Estrada Boiadeira está alinhado às diretrizes de gestão do diretor-geral brasileiro, general Joaquim Silva e Luna, que tem conseguido realocar recursos de convênios, ações e patrocínios, sem aderência à missão da empresa, para investimentos em obras estruturantes.
A empresa informa ainda que o investimento no Estado e a boa relação institucional com o governo do Paraná estão em consonância com as diretrizes do presidente Jair Bolsonaro em prol do desenvolvimento regional, com ganhos para a região e, consequentemente, todo o Mercosul.
OBRAS – Os recursos para a obra na BR-487 integram o processo de redução de gastos e custos pela margem brasileira da Itaipu Binacional. Os valores já somam mais de R$ 1,2 bilhão, que estão garantindo a construção da segunda ponte entre Brasil e Paraguai, ligando Foz do Iguaçu a Presidente Franco, com quase 40% da obra concluída; a Perimetral Leste de Foz do Iguaçu, que ligará a nova ponte à BR-277; e melhorias no aeroporto da cidade, incluindo a nova pista de pouso e decolagem.
O município também recebe diversas melhorias urbanas financiadas pela hidrelétrica. “Tudo isso com foco na eficiência da gestão e na alta produtividade da atividade fim (geração elétrica), sem aumento da tarifa de energia”, segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.
Para o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a boa relação entre o governo do Paraná e o governo federal tem permitido grandes investimentos no Estado. “O Paraná tem a maior parceria de infraestrutura do Brasil com o governo federal”, ressalta ele.
O secretário lembra que já há investimentos de R$ 1 bilhão em infraestrutura que beneficiam inúmeras cidades do Paraná. “Esta nova obra é de extrema importância”, afirma Sandro Alex.
Da AEN