[the_ad_group id="3495"]

Briga entre irmãs paranaenses poderia ter sido evitada, diz especialista; vídeo viralizou

Vídeo de festinha infantil com briga de irmãs viralizou na internet e levantou discussão sobre o comportamento das crianças, que residem em Pato Branco

Depois que as irmãs Maria Eduarda e Maria Antônia, de 3 e 6 anos, viraram assunto na internet por brigarem durante uma festa de aniversário, internautas passaram a questionar o comportamento da mais velha, que não só apagou as velinhas da caçula, como também manteve uma postura sorridente depois de ter apanhado. Alguns disseram que a menina deveria ser levada a um psicólogo, já outros garantiram que a cena é comum nas famílias em que há pelo menos dois irmãos.

Por trás de todo comportamento existe um sentimento e uma necessidade, se eu levo para o pessoal de maneira rasa e falo que aquela criança é debochada, se eu julgo através da minha lente de adulto, eu deixo de enxergar o que o que ela está sentindo”, diz a psicanalista e educadora parental Elisama Santos.

Segundo a especialista, são duas crianças que estão passando pela fase de entender quem é o outro que existe além delas e, por isso, não há nada de anormal no episódio. “Quem tem mais de duas crianças em casa sabe que no dia do aniversário de uma, a outra sempre fica enciumada”, explica. “Infelizmente esquecemos que criança tem sentimentos como nós, ela sente ciúme, raiva, inveja e vontade de se vingar, mas isso não faz dela uma pessoa ruim”.

Em entrevista ao R7, Gabriela Aureluk, madrinha das meninas, garantiu que Maria Antônia não é uma criança agressiva e que se dá super bem com Maria Eduarda, mas que sentiu ciúmes porque a irmã estava com as atenções voltadas para ela e, por isso, teve a atitude de apagar as velinhas da aniversariante.

Briga poderia ter sido evitada

Irmãs fizeram as pazes ainda durante a festa
Reprodução/Instagram

A psicanalista avalia que a briga das irmãs poderia ter sido evitada se a mais velha tivesse experimentado um espaço de escuta e diálogo antes da festa, para que, assim, pudesse elaborar o sentimento de preterimento que pudesse ter sentido em relação a irmã.

A criança não tem ferramentas para lidar com aquelas emoções, se aquele adulto a chamasse para conversar, perguntasse como ela gostaria que fosse a festa no dia do aniversário dela, talvez ela não tivesse tido aquela atitude”, explica.

Em casos como esse, até mesmo convidar a criança para fazer um desenho que reflita suas emoções pode ajudá-la a se sentir melhor. “Quando eu reprimo esse tipo de sentimento, estou plantando uma relação ruim entre os filhos, o sentimento é válido e é humano, nosso papel é ajudar a criança a lidar com eles”, afirma.

Para Santos, durante a infância é ensinado que há sentimentos que não são permitidos e, por isso, algumas pessoas não aprendem a lidar com eles.

Então nos tornamos adultos que tem zero conhecimento emocional, aí olhamos para essas crianças e tiramos conclusões completamente adultas por causa dos nossos sentimentos reprimidos. A gente até pode prevenir o comportamento, mas não pode evitar o sentimento. Ela vai sentir ciúme, mas a gente vai mostrar que ela também é querida, que aquele sentimento é normal”, diz a psicanalista.

A briga entre as irmãs pode ter rendido memes e especulações na internet, mas entre elas não demorou para que o carinho se restabelecesse. As meninas fizeram as pazes ainda durante a festa e Maria Antônia ajudou a irmã mais nova a cortar o bolo, contou a madrinha.

Do R7

Sair da versão mobile