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Crise hídrica faz aumentar perfurações de poços artesianos nas regiões de Campo Mourão e Paranavaí

Crescimento nas demandas por serviços de Geologia e Minas, até agosto, foi de 97% e 53%, respectivamente, segundo levantamento do Crea-PR. A maioria dos poços foi aberta na zona rural

Com crescimento regional de 8%, Campo Mourão deu um salto grande na área de Geologia e Minas neste ano, cujo o principal serviço refere-se à perfuração de poços artesianos. A alta demanda foi constatada em levantamento de dados do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR). Aumento de janeiro a agosto atingiu 97%, no comparativo com o mesmo  período do ano passado, sendo um dos maiores índices, por setor, entre as microrregiões do Noroeste. Foram 140 registros de ARTs neste ano, ante 71 de 2019. Em Paranavaí o crescimento de ARTs emitidas neste setor também foi expressivo no período, atingiu 53% (270 registros, enquanto no ano passado foram 176 registros). Em conversa com agricultores das duas microrregiões, inspetores e conselheiros do Crea-PR confirmaram a procura maior por serviços de perfuração de poços artesianos e o motivo apontado foi a crise hídrica que o Estado do Paraná vem enfrentando há alguns meses. 

O inspetor chefe na Inspetoria de Paranavaí, Engenheiro Marcos Antonio Pintor Junior, fez pesquisas em campo para entender a demanda maior pelas perfurações de poços artesianos. “Pelo que eu visualizei e entendi, nas palavras dos agricultores, a demanda se deve por  dois fatores: a estiagem e o baixo custo benefício do poço, que interferem significativamente na colheita e nos valores da produção agrícola”, destaca. Ele ainda explica que os produtores rurais falaram sobre os impactos da estiagem na zona rural e afirmaram que com o uso do poço artesiano, a água pode ser mais bem utilizada no sentido de tempo, em decorrência do plantio. 

Para o conselheiro do Crea-PR em Campo Mourão, Engenheiro Sebastião Carlos Mauro, a demanda maior por serviços de Geologia e Minas na cidade também pode ter sido motivada pela estiagem. “Estive vendo os endereços e locais de perfuração dos poços e a grande maioria ocorreu na zona rural. Não sou estudioso desta área, mas a procura maior deve ser relativa à crise hídrica, ao rebaixamento do lençol freático e à quantidade menor de água nas minas”, diz. Ele também é diretor regional do Senge (Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná).  

O segundo setor de destaque em Campo Mourão nesses oito primeiros meses de 2020, no levantamento do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), foi o de Agrimensura, com aumento de 27%, com 38 registros nos primeiros oito meses deste ano. As principais atividades e serviços desta área são de georreferenciamento e levantamentos topográficos, executados por Geógrafos e Engenheiros Agrimensores. Já em Paranavaí, o segundo setor de destaque foi Agronomia, que cresceu 22% até agosto, com 1.061 ARTs registradas. No ano passado, foram 870 registros no período.

Comitê de Estudos Técnicos Meio Ambiente do Crea-PR debate a crise hídrica

Encontro on-line realizado entre o Comitê de Estudos Técnicos Meio Ambiente do Crea-PR (CETMA) e o Simepar discutiu, entre outros assuntos, a questão da escassez de água no Estado do Paraná. A apresentação contou com a participação do Engenheiro Ambiental Arlan Scortegagna Almeida (AL-0215003691/D) do Simepar.

“O CET Meio Ambiente, preocupado com a situação atual do Estado, convidou o Engenheiro Ambiental Arlan para participar da reunião para debater sobre o tema crise hídrica. O Arlan, com experiência de trabalho técnico no Simepar, trouxe informações sobre metodologias de medição e análise do monitoramento das secas, sobre legislação e também sobre parcerias entre órgãos ligados ao tema da crise hídrica que estamos vivenciando no ano de 2020, tais como, Instituto Água e Terra, ANA, Sanepar juntamente com Simepar. Apresentou também prognósticos para os próximos meses a respeito desse tema, um deles foi a possibilidade de ocorrência do fenômeno La Niña que é mais um ponto de atenção nesse cenário”, contou o coordenador do CETMA, Engenheiro Ambiental Bruno Tonel Otsuka (PR-96767/D).

Confira a apresentação completa aqui

Fonte: CREA/PR

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