Principal personagem da independência, dom Pedro I chegou ao nosso país em 1808, quando tinha apenas 9 anos, em companhia da mãe, Carlota Joaquina, e do pai, príncipe regente que mais tarde se tornaria dom João VI, rei de Portugal. Dom João ficou no Brasil até 1821, quando teve que voltar às terras portuguesas para controlar uma rebelião na cidade do Porto. Foi aí que tornou o filho, dom Pedro, príncipe regente do Brasil.
Em 1808, após a invasão das tropas do imperador francês Napoleão Bonaparte em Portugal, a Família Real Portuguesa se mudou para o Brasil. Esse fato transformou o cenário cultural e social do Rio de Janeiro (na época, a capital do Brasil), e modificou a economia da colônia. Por exemplo: a troca de mercadorias com outros países foi responsável por enriquecer alguns comerciantes. Mudanças como essa fizeram surgir a necessidade de uma separação de Portugal.
As Cortes de Portugal (tipo de congresso que desejava a volta de uma época em que o Brasil não tinha privilégios) não apoiavam o governo de dom Pedro como príncipe regente. Com ele no poder, os portugueses perdiam espaço no cenário político brasileiro e não podiam decidir os rumos do país. Muitos comerciantes e membros da elite brasileira perceberam que as Cortes ameaçavam benefícios já conquistados (como a diminuição dos impostos e a maior liberdade de comércio) e passaram a apoiar a independência do Brasil.
Dom Pedro I
Em 1822, os deputados portugueses exigiram o retorno de dom Pedro a Portugal. Os grandes proprietários de terras, com medo de prejudicar os negócios, se uniram ao príncipe, que deveria resistir e desobedecer às ordens que chegavam de Lisboa. Os brasileiros entregaram a dom Pedro um documento com 8 mil assinaturas, pedindo que ele ficasse. Então, em 9 de janeiro, dom Pedro anunciou que, para o bem na nação, atenderia ao pedido. Era o Dia do Fico.
Em 7 de setembro de 1822, dom Pedro voltava de uma viagem a Santos, rumo ao Rio de Janeiro. Ele estava em São Paulo, às margens do rio Ipiranga, quando recebeu mensagens de José Bonifácio e Maria Leopoldina. Eles contavam que, em uma última tentativa, os portugueses estavam ameaçando enviar tropas ao Brasil – caso dom Pedro não obedecesse às ordens. Pressionado, ele declarou: Independência ou morte!
José Bonifácio
José Bonifácio de Andrada e Silva foi uma figura muito importante para o Brasil nas vésperas da independência. Ele defendia a autonomia do nosso país e articulou ideias com os deputados brasileiros, convencendo-os a apoiar dom Pedro. Em janeiro de 1822, José Bonifácio foi nomeado ministro do Reino e dos Estrangeiros e se tornou o braço direito de dom Pedro na luta pela separação de Portugal. Ficou conhecido como o Patriarca da Independência.
Maria Leopoldina
Esposa de dom Pedro, Maria Leopoldina teve grande influência no processo de independência. Nascida na Áustria, chegou ao nosso país em 1817. Logo se adaptou aos costumes locais, passando a apoiar o projeto de libertar a colônia de Portugal. Maria Leopoldina defendeu a permanência de dom Pedro no Brasil quando as Cortes o chamavam de volta e sabia que a consequência desse ato seria a independência.
Enquanto estava em Santos, nas vésperas da Proclamação da Independência, dom Pedro deixou Maria Leopoldina como princesa regente, com todos os poderes para governar. Ela recebeu notícias de que Portugal estava preparando uma ação contra o Brasil e não teve tempo para esperar a volta do marido. Em 2 de setembro, aconselhada por José Bonifácio, assinou o Decreto da Independência, separando o Brasil de Portugal. Depois disso, coube ao príncipe proclamar a decisão.
Thomas Cochrane
Político escocês conhecido como Lorde Cochrane, foi o primeiro almirante brasileiro. Em 1823, liderou a pacificação das províncias do Norte e Nordeste, principalmente na Bahia, Pernambuco e Maranhão. Ele derrotou as tropas portuguesas e impediu que o Brasil mantivesse laços com Portugal mesmo depois da independência. No mesmo ano, Lorde Cochrane recebeu de dom Pedro I o título de Marquês do Maranhão.
Francisco Moniz Tavares
Foi o primeiro representante brasileiro eleito a discursar oficialmente nas Cortes Gerais (assembleia política convocada pelo rei de Portugal), em 1821. No discurso, debateu com políticos portugueses, defendendo a independência do Brasil, e combateu o envio de mais tropas portuguesas para a província de Pernambuco.
Pedro de Araújo Lima
O Marquês de Olinda exerceu muitos cargos importantes na política, defendendo os interesses do Brasil. Em 1821, como representante de Pernambuco, fez parte das Cortes Gerais em Lisboa e apoiou a independência do Brasil. Quando voltou ao nosso país, em 1823, foi escolhido para fazer parte da Assembleia Constituinte. Em 1837, foi nomeado senador.
Cipriano Barata
Formado em medicina, atuou, na verdade, como jornalista – e foi um dos mais importantes durante o reinado de dom Pedro I. Tinha ideias liberais e republicanas, e ajudou a combater a escravidão. Em 1798, participou da Conjuração Baiana, movimento que mostrava a insatisfação do povo em relação ao domínio português.
Do Recreio/UOL