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Com apenas 6% do público-alvo imunizado, governo estende vacinação contra sarampo

O Ministério da Saúde estendeu até 31 de outubro a campanha de vacinação nacional contra o sarampo da população de 20 a 49 anos. Dados da pasta apontaram que 5,29 milhões de pessoas desse grupo tinham sido imunizadas, do início da ação (em 16 de março) até 17 de agosto. Isso corresponde a somente 5,8% de 90 milhões, total da população-alvo nesta faixa-etária.

Em dados preliminares totais, Minas Gerais foi o Estado com mais doses aplicadas – quase 2 milhões. São Paulo registrou cerca de 58 mil doses aplicadas. Rio Grande do Norte foi a unidade da federação com menos vacinas empenhadas durante a campanha, com 1.231 doses. A campanha em Sergipe se iniciará em setembro.

O sarampo é uma doença grave e muito transmissível. Cada infectado transmite o vírus a outras 18 pessoas, em média. A disseminação ocorre por via aérea ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Principal medida de combate, a vacinação fica disponível o ano todo nos serviços de saúde do País.

Focada na população de 20 a 49 anos, esta é quarta etapa de uma estratégia de vacinação para interromper a transmissão da doença. A última foi de fevereiro a março deste ano, com foco em pessoas de 5 a 19 anos de idade. Antes, houve etapas para as populações de seis meses a menores de 5 anos e de 20 a 29 anos.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, desde o início de 2020 até 25 de julho, foram registrados 7.293 casos de sarampo em 21 Estados. A maioria foi no Pará, que corresponde a 64,6% dos casos, seguido por Rio de Janeiro (17%) e São Paulo (9,9%).

No mesmo período, foram registrados cinco óbitos nacionalmente, sendo três no Pará, um em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Essas três unidades da federação juntamente com Paraná e Santa Catarina totalizaram 98,3% dos casos no Brasil. Onze Estados permanecem com circulação ativa do vírus.

OMS alerta para interrupções na vacinação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou nesta segunda-feira, 31, para o impacto da pandemia de covid-19 em serviços essenciais de saúde, como vacinação de rotina.

A área foi a mais afetada entre 25 serviços analisados mundialmente. Entre 105 países, 70% relataram interrupções em serviço de aplicação fora de postos e instalações.

Outro levantamento da entidade apontou que, de 61 países, 85% indicaram que o nível de vacinação foi o mais baixo em maio de 2020 do que em janeiro e fevereiro deste ano.

Pelo menos 30 países apontaram que campanhas contra o sarampo estavam ou estão ameaçadas, o que pode resultar em surtos da doença ainda neste ano ou nos seguintes. No Brasil, Bolívia, Haiti e Venezuela, a imunização contra a doença caiu pelo menos 14 pontos percentuais desde 2010.

Em nota, o Ministério da Saúde comunicou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) segue normalmente em todo País, com manutenção na aplicação de vacinas de rotina. A pasta apontou que diretrizes e orientações de segurança para evitar risco de transmissão do novo coronavírus estão sendo aplicadas nas instalações.

O ministério reiterou a importância da vacinação e informou que tem ampliado as estratégias de conscientização da população. No segundo semestre de 2020 serão realizadas campanhas nacionais de vacinação contra a poliomielite e multivacinação para a atualização da carteira vacinal de crianças e adolescentes até 14 anos, de acordo com o comunicado.

Por Estadão Conteúdo

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