Horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin divulgar o registro da 1ª vacina do mundo contra o coronavírus, o governo do Paraná anunciou um acordo com a Rússia.
O governo estadual informou que vai assinar um convênio com o país para produzir a vacina Sputnik V no Estado.
E disse que o passo seguinte à assinatura do acordo é o compartilhamento do protocolo russo com a Anvisa, para que a agência brasileira libere a realização dos procedimentos necessários para os testes.
A previsão é que distribuição no Brasil comece no ano que vem, se a Anvisa liberar.
Russos e brasileiros
Jorge Callado, presidente do Tecpar, Instituto de Tecnologia do Paraná, disse que se tudo ocorrer dentro dos protocolos previstos, a distribuição não deve ocorrer antes do segundo semestre de 2021.
Sobre a parceria entre o estado e o governo russo, Callado contou que o Tecpar foi procurada pela embaixada Russa porque o instituto é reconhecido pela inovação.
“Nós fomos procurados e, como instituto de tecnologia, nós temos que estar abertos, receptivos, para novas tecnologias. Mas, é claro, isso precisa ficar muito mais aprofundado, mais esclarecido”, afirmou.
Callado esclareceu que assim que a terceira etapa de testes for concluída na Rússia, a documentação deverá ser analisada pela Anvisa, pelos órgãos reguladores.
“Caso os resultados sejam satisfatórios, sejam positivos, existe a possibilidade de pleitear o chamado registro clone. Caso não, existe a necessidade de replicar a fase no Brasil, principalmente a fase 3”, explicou.
Eficácia
Ainda se sabe pouco sobre a eficácia da vacina russa e ela vem sendo questionada por especialistas internacionais.
O site oficial russo sobre a pesquisa informa que os testes de fase 1 e 2 foram completados no dia 1º de agosto.
Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera necessário haver três fases de testes para comprovar a eficácia de uma vacina.
“Antes da liberação, não há possibilidade de colocar nada em prática. Reitero que a prudência e a segurança são palavras-chave nesse processo”, pontuou o presidente do Tecpar.
Conforme as informações russas, o Brasil vai participar da fase 3 dos estudos clínicos, que tem previsão para começar nesta quarta-feira, 12, na Rússia.
Serão 2 mil participantes; além dos brasileiros, deve haver voluntários da própria Rússia, dos Emirados Árabes, da Arábia Saudita e do México.
Do G1