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A frase ‘todo mundo vai pegar’ é uma das maiores besteiras quando se fala sobre o coronavírus

Países como Japão e Coreia do Sul têm menos de 1% da população infectada e a situação controlada

Certamente você tem alguém na família ou colega de trabalho que já afirmou: “Esse vírus todo mundo vai pegar, não adianta nada evitar”. Mas não é bem assim. Países como Japão e Coreia do Sul têm menos de 1% da população infectada e a situação controlada, principalmente por testagem em massa e o respeito as medidas de higiene, como o uso de máscara e o hábito de lavar as mãos. Ainda, um estudo da revista cientifica The Lancet aponta que a Espanha, um dos países mais afetados pela doença, tem ainda 95% da população sem anticorpos.

A própria Espanha, citada acima, realizou uma reabertura controlada e não está tendo um crescimento nos casos, bem como a Itália, principalmente porque as pessoas não estão com este pensamento de que ‘todo mundo vai pegar mesmo’. Em ambos os países muita gente não se infectou, apesar dos números altos. Para o médico Franco Martins, pneumologista da Faculdade de Medicina do ABC, além de ser possível evitar a contaminação a pessoa não se pode dar ao luxo de contrair um vírus que ainda não está devidamente estudado.

Não tem como prever qual vai ser o desenvolvimento do coronavírus no corpo de cada um. Sabemos que há receptadores dentro do pulmão e ali pode ser o pior quadro. Mas a gente não consegue dizer se uma pessoa vai pegar uma forma grave ou não. Ela pode vir a precisar de internamento, UTI e até morrer, independente de fatores de risco”, lembrou o pneumologista, em entrevista à Banda B na tarde desta sexta-feira (10).

Segundo o pneumologista, inclusive esse sentimento da população acaba estourando os números de casos, quando medidas como o uso de máscaras e higiene de mãos não são rotinas, mas apenas obrigação. “Quando tivemos uma recomendação de isolamento social em São Paulo, que é onde trabalho, variou muito o período em que as pessoas ficavam em casa. Então houve um momento em que, mesmo com todas as recomendações, uma parcela da população não seguiu mais isso”, salientou.

São Paulo teve até o momento quase 350 mil casos de coronavírus com 17 mil mortes, fruto também do comportamento inadequado das pessoas. Para o pneumologista, é hora de se ter mais inteligência nas atitudes. “É hora de usar da inteligência para as nossas atitudes. Estando fora de casa e em contato com alguém possa pegar o vírus, use máscara de forma adequada e higienize a mão. Evite aglomeração, não se exponha ao risco”, concluiu.

Da Banda B

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