Em nota, o Ministério Público do Paraná afirmou que o pedido não merece acolhimento
Em Cascavel, a 179 km de Campo Mourão, uma mulher conseguiu deixar a cadeia após escrever uma carta de sete páginas pedindo perdão pelo crime cometido.
No decorrer do texto, a investigada chegou até a confessar seu envolvimento no planejamento de um assalto à mão armada de um idoso de 80 anos.
O crime cometido pela mulher e outros cinco envolvidos aconteceu em abril desde ano em um bairro residencial de Cascavel.
De acordo com informações da Polícia Civil do Paraná (PCPR), uma outra suspeita, que também deverá responder em liberdade pelo crime, é quem seria a mandante da ação.
Na investigação, a polícia apurou que a vítima foi atraída para uma emboscada pela mandante do crime, que era sua conhecida.
Em seguida, os bandidos levaram o homem até sua residência, onde toda a família presente foi amarrada.
No local, de acordo com a delegada Ana Pedoletto, o idoso sofreu diversas agressões.
“A vítima foi abordada no local, é uma pessoa de mais de idade, e no momento em que eles fizeram a abordagem foram agressivos causando lesões a vítima. Eles vão responder pelo crime de roubo majorado. A pena vai ter um acréscimo expressivo pelo fato do crime ter sido praticado pelo concurso de pessoas, ou seja, ter sido realizado por mais de uma pessoa, e pelo emprego de arma de fogo”.
“Não sou inocente”
Participante do crime, uma das acusadas conseguiu ter o pedido de responer em liberdade autorizado pelo juíz do caso por meio de uma carta de sete páginas, onde, teoricamente expõe seu arrependimento.
“Senhor juiz, não sou inocente. Não participei diretamente mas sabia de tudo e talvez se eu tivesse denunciado hoje não estaria aqui”.
Ainda em seu relato, a mulher afirma que se envolveu no crime por conta da participação do seu companheiro, com quem tem três filhos.
“Sou pai e mãe deles e eles são o único motivo que eu queria acordar todos os dias. Hoje completam 18 dias que estou presa longe deles”, diz outro pedaço da carta.
A princípio, o argumento dado pela investigada foi o suficiente para trocar sua prisão preventiva por domiciliar, onde ela aguardará julgamento fazendo o uso de tornozoleira eletrônica.
MP afirma não concordar com acolhimento
Em nota, o Ministério Público do Paraná afirmou que o pedido não merece acolhimento, uma vez que a mulher chegou a confessar o crime no conteúdo escrito ao juíz.
De acordo com o advogado Luciano Katarinhuk, o ato de estar solta não significa que a investigada não tenha compromisso com a justiça.
“Precisa cumprir algumas medidas sob pena de retornar ao regime fechado. Provavelmente nessa circunstância não há ainda uma sentença condenatória, portanto ela está presa cautelarmente. Essa cautelar de prisão em tempo de pandemia a gente tem visto que o STJ tem se manifestado nesse sentido também, flexibilizado se a condição do réu, do acusado, for favorável pra isso”.
Fonte: RIC Mais