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Paranaenses aderem à moda de raspar o cabelo durante a pandemia

Durante a pandemia, volta e meia aparecem fotos de adolescentes e mulheres raspando a cabeça nas redes sociais, principalmente no Instagram e no Tik Tok. A justificativa mais comum é aproveitar o período de isolamento para se, 19 anos libertar das convenções sociais. No caso de da estudante universitária de Curitiba, Isabella Skrzypek dos Santos, 19 anos, a pandemia só acelerou os planos de raspar o cabelo, mas a intenção dela é outra: doar para uma ONG que faz perucas para pessoas com câncer.

“Eu sempre quis doar meus cabelos, antes eu me sentia insegura pelo fato de ter que cortar no mínimo 15cm, mas ao passar dos anos a coragem foi sendo moldada. Eu esperei mais ou menos três anos para poder deixar meu cabelo virgem e sem nenhuma química”, conta ela.

Isabella Skrzypek dos Santos na hora de raspar o cabelo: com direito a transmissão ao vivo – Foto: Valterci Santos

Em agosto de 2019, ela já tinha decidido que o próximo corte seria com a intenção de doar: “O covid-19 não iria influenciar na minha decisão, mas eu percebi que essa pandemia seria um motivo a mais para acelerar esse processo pelo fato de que muitas pessoas não devem estar doando”.

A reação da família e dos amigos foi a melhor possível: “Todos meus amigos abraçaram essa causa comigo, meus pais principalmente! Eu recebi inúmeras mensagens maravilhosas! Espero muito ter dado um ‘empurrãozinho’ em quem estava na dúvida de cortar os cabelos ou não.

Além do mais, são apenas 15cm que crescem de novo!”, conta Isabella. Sobre a vaidade, a estudante diz que está sentindo a mulher mais linda do mundo. “E espero despertar esse mesmo sentimento em quem receber meus cabelos”.

Ana Paula Remer Soares, moradora de Ponta Grossa, 44 anos, não conseguiu doar o cabelo, porque não tinha volume suficiente. “O cabelo para doação foi no primeiro corte.

Dessa vez não deu volume paraa isso. Mas acho queremos inspirar as moças. Sempre tive vontade de raspar. Sempre foi um símbolo de liberdade, do tipo: ‘não me importo com seus rótulos sociedade, mas nunca deu certo. Hoje, tenho um marido doidinho que nem eu… raspamos juntos”, conta ela.

Ela garante que é libertador, não precisa comprar xampu, nem secar o cabelo. “Além de ser um exercício psicossocial, porque notamos a reação das pessoas: “Muita gente acha que estou doente e gosto de surpreender”.

Como realizar o corte
Antes do corte, se for possível, sugere-se que o cabelo seja separado em mechas e preso com um elástico para prender as madeixas de tamanhos diferentes, como franjas e repicados.
Cortes únicos de cabelo, amarrados em rabo de cavalo, funcionam melhor para doadoras com o cabelo reto e comprido.
Para que o cabelo possa ser utilizado as mechas devem ter no mínimo 15 centímetros de comprimento.
É importante que as mechas estejam presas por um elástico identificando o lado da raiz quando enviadas para as instituições. Assim as mechas ficam organizadas
As mechas devem estar secas para evitar que o cabelo seja atingido por mofo. Fios secos duram por muitos anos sem se deteriorar.
Em geral, não importa se o cabelo é tingido ou com alguma química de alisamento, a peruca pode ser retingida após a confecção.

ONGs precisam de doação
Para aquelas que estão pensando em raspar o cabelo, as organizações que recolhem cabelo para confeccionar perucas para doentes de câncer estão precisando de doações. A Organização Não Governamental (ONG) Cabelo Amigo registrou uma queda de doações de 90% durante a quarentena, além de ter ficado fechada de 1 a 16 de abril. “Desde que fechamos recebi apenas quatro cabelos, e a demanda continua. Precisamos de doações, a demanda continua”, diz a presidente da ONG Cabelo Amigo, Daniela Possidonio.

A ONG Amigos do HC não está recebendo doações de cabelo por conta da pandemia de coronavírus, mas pede para as doadoras e doadores guardarem as mechas, por que elas podem ser entregues depois. “Estamosc om o atendimento ao público suspenso e pedimos para guardarem a doação para nos entregar quando a situação se normaliizar. Essa medida visa ainda não incetivar as pessoas a saírem de casa”, diz a nota encaminhada pela ONG à redação do Bem Paraná.

Celebridades começaram a onda
Uma das primeiras musas inspiradoras da quarentena foi na a caçula dos atores Demi Moore e Bruce Willis, Tallulah, de 26 anos. Ela publicou um vídeo em que o pai aparece passando a máquina de cortar cabelo em sua cabeça.

A atriz brasileira Bárbara Borges surpreendeu os seguidores durante o feriado de Tiradentes aoaparecer de cabelo raspado nas redes sociais. Na quarentena durante apandemia do novo coronavírus, a atriz decidiu fazer uma mudança radical novisual. “Uma nova versão minha nasceu ontem. Conectada com o movimento da minha alma nessa existência. Conectada com meu coração para aprofundar no estudo de mim mesma, no meu autoconhecimento. Desapegar. Deixar ir”, escreveu no perfil dela no Instagram.

A atriz diz que precisava viver essa experiência. “Atravessar do medo para a confiança. Romper com o medo de rejeição, das críticas e julgamentos, meus e alheios, e viver o meu sim pra mim, pro que faz sentindo pra mim nesse momento. Impermanência. Renovação. Coragem pra ser eu sempre”, acrescentou.

Serviço:
ONGS
Cabelo Amigo
Whatsapp: 41 99664-2412
https://www.facebook.com/CabeloAmigoCuritiba/
Amigos do HC
https://amigosdohc.org.br/project/doacao-de-cabelo/

Do Barulho Curitiba/Bem Paraná

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