O antiviral remdesivir acaba de ser autorizado para uso pelo FDA – a Anvisa dos EUA – para ajudar no tratamento do coronavírus.
A liberação, em caráter emergencial, foi anunciada pelo presidente Donald Trump nesta sexta, 1º de maio. O país lidera o número de infectados no mundo, com 1,2 milhão de pessoas e 65 mil mortes até agora.
A autorização de emergência não significa que o medicamento tenha sido aprovado pela FDA – o que só acontece depois de revisão detalhada dos resultados e garantia da segurança e eficácia – mas, diante da situação, a liberação pode fazer com que o medicamento se torne padrão no tratamento dos pacientes infectados pelo novo coronavírus nos Estados Unidos.
O remdesivir, já usado contra o Ebola, apresentou resultados positivos em pacientes com coronavírus, com menor tempo de internação, durante os testes experimentais do remédio.
O tempo de recuperação dos que receberam o medicamento foi em média de 11 dias. Os que tomaram placebo demoraram 15 dias.
O teste do remdesivir foi feito em 1.063 pessoas com a doença.
O remédio
Ele é um antiviral fabricado pela farmacêutica americana Gilead Sciences e foi desenvolvido pela primeira vez para tratar o Ebola, uma febre hemorrágica viral.
Desde então, o remédio tem sido usado para tratamento de algumas doenças respiratórias, mas não era autorizado por nenhum país.
Nature
Antes de ser aprovado pelo FDA, a revista especializada Nature publicou um artigo mostrando o medicamento e afirmou ser “uma das maiores esperanças do mundo contra o COVID-19” e que “pode reduzir o tempo de recuperação da infecção por coronavírus”.
O remdesivir, interfere na replicação de alguns vírus, incluindo o vírus SARS-CoV-2, responsável pela pandemia do coronavírus.
“O que provou é que um medicamento pode bloquear esse vírus”, disse Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, NIAID, e que faz parte do Departamento de Saúde norte-americano.
Fauci acrescentou que o remdesivir pode se tornar um tratamento padrão para o COVID-19 nos EUA.
“Há muito foco no remdesivir, porque é potencialmente a melhor chance que temos”, disse o virologista Stephen Griffin, da Universidade de Leeds, no Reino Unido.
O FDA tem autonomia para emitir uma autorização de emergência para produtos médicos ainda não aprovados, mas que têm potencial para tratar uma doença com risco de morte enquanto não existem outras alternativas aprovadas.
Foi exatamente o que aconteceu com o antiviral remdesivir.
Da Redação com Agências