Completando 31 anos de existência em 2020, o Paraná Futebol Clube é um time relativamente jovem se comparado aos seus pares. Apesar da pouca idade, a equipe tem uma história relevante no cenário nacional e de períodos dominantes a nível estadual.
Abaixo, relembramos as principais temporadas que o Tricolor da Vila conquistou em suas décadas de existência.
Primeiro título estadual (1991)
Em dezembro de 1989, o Paraná anunciou a sua criação após a fusão entre os times Colorado Esporte Clube e o Esporte Clube Pinheiros. Pouco tempo depois do nascimento, o Tricolor da Vila já era dominante no Estado.
Dos sete títulos estaduais já conquistados, o primeiro provavelmente foi o mais marcante. Logo na segunda participação do clube então recém-formado, o Paraná, comandado pelo treinador Otacílio Gonçalves, foi dominante no estadual realizado em três fases distintas.
Naquele time, o artilheiro Saulo foi um dos principais nomes da conquista da equipe. O ataque tinha outros jogadores importantes, como Adoilson, Marquinhos Ferreira, Carlinhos e Serginho. Em 26 jogos, foram 52 gols somados.
Pentacampeonato estadual entre 1993 a 1997
Em toda década de 1990, o Paraná só não conquistou títulos em 1998 e 1999. A supremacia da equipe no cenário estadual começou logo em 1993, dando início a uma sequência de cinco títulos seguidos no campeonato paranaense.
Com Saulo, maior artilheiro da história do Paraná, comandando as ações ofensivas, o time foi dominante. Na sequência de cinco títulos seguidos, nem Coritiba, Athletico ou Londrina eram páreos para o Tricolor da Vila.
Além das conquistas, a equipe foi marcada por uma categoria de base formidável que projetou jogadores como Ricardinho (posteriormente campeão do mundo em 2002), Sidney, Caio Júnior, Régis, Mazinho Loyola e outros.
Em todo esse período, o Paraná navegou por águas tranquilas na primeira divisão do futebol. Com campanhas sólidas, até chegou a surpreender na Copa do Brasil de 1995 e 1996 — ambas edições em que chegou às quartas-de-final.
2000: temporada de destaque na Copa Havelange e semifinal na Copa Sul-Minas
Após o rebaixamento em 1999, o Paraná voltou com tudo no início dos anos 2000 com uma campanha espetacular na Copa João Havelange.
Realizada em 2000, o torneio reuniu 116 clubes de três divisões em um único torneio — separado em quatro módulos na primeira fase.
Como o Paraná não estava na elite do futebol naquela época, o time disputou o Módulo Amarelo e conseguiu se destacar com o título.
Na fase final, que contou com 16 clubes em mata-mata, o Paraná avançou até às quartas-de-final, mas saiu para o campeão Vasco da Gama.
Na conquista do Módulo Amarelo da Copa Havelange, o Paraná era treinado por Geninho, que recordou as dificuldades econômicas que a equipe passou naquele período — além da união da equipe que tornou tudo possível.
“Eu acho que é fundamental a união entre jovens e experientes. Um lastro de experiência, que ajuda os mais jovens em momentos complicados e a juventude, que dá dinâmica, deixa o jogo mais ágil. Era importante ter as duas coisas no Paraná”, afirmou o então treinador do clube.
Entre os destaques daquele time, vale a pena citar os veteranos Nem e Hélcio, além do goleiro Marcos e o meia Lúcio Flávio. Para completar a boa campanha daquele ano, o Paraná fez bonito na extinta Copa Sul-Minas. O time avançou até às semifinais, quando parou diante do Cruzeiro.
Campanha histórica no Brasileirão de 2006
Em 31 anos de história, o Paraná nunca fez uma campanha tão boa como a de 2006. Campeão Paranense naquele ano, o técnico Caio Júnior despontou para o cenário nacional com a honrosa quinta colocação da elite nacional.
Jogando em um esquema pouco usual, que é o 3-6-1, Caio conseguiu extrair o máximo de potencial de um time sem craques e que funcionou muito bem por todo Brasileirão.
No gol, a equipe contava com o experiente goleiro Flávio. Os zagueiros eram sinônimo de força física: Émerson, Gustavo e Edmílson (conhecido como Dubinha). Na linha do meio-campo, Pierre era o destruidor de jogadas e impressionava pela sua capacidade física. Na frente, o jovem Maicosuel com técnica e velocidade. O ataque, composto por Cristiano e Leonardo, eram os principais nomes da equipe.
No jogo que garantiu a vaga do Paraná à Copa Libertadores, um empate 0 a 0 diante do já campeão São Paulo. Com a Vila Capanema lotada, o time cravou o seu maior momento até hoje.
“Eu sabia que ia ser emocionante, né? Nós tivemos oportunidades, mas, contra o campeão brasileiro, com qualquer equipe, sempre é difícil. Essa nação tricolor está de parabéns, foi maravilhoso”, disse Caio no pós-jogo diante do São Paulo.
Relembrando as últimas temporadas: sem consolidação na Série A
Logo após a histórica campanha rumo à Copa Libertadores, o Paraná entrou em uma espiral de problemas administrativos e financeiros que culminaram no descenso para a segunda divisão nacional em 2007.
Após a queda, foram 10 temporadas consecutivas na segundona e, enquanto o time não conseguia sair da Série B, rivais como o Athletico Paranaense despontaram em grande estilo — como a subida do Furacão em 2012.
A sequência na Série B não foi tranquila. Em alguns momentos, como em 2009, o Paraná perambulou perto da zona do rebaixamento.
Nesse período, o time chegou até mesmo a ser rebaixado para a segunda divisão do campeonato estadual, algo que nunca tinha acontecido antes em toda história da equipe.
A fase instável só teve ponto final graças a uma campanha de destaque em 2017. Naquele ano, o Tricolor da Vila já acumulava 10 temporadas na segunda divisão nacional e conseguiu o acesso nos instantes finais do campeonato.
Entre os principais nomes daquela equipe que terminou a Série B na quarta posição, destacaram-se Iago Maidana, Renatinho, Richard, Cristovam e Leandro Vilela. Sob o comando do técnico Lisca, a equipe criou a sua própria identidade e montou uma verdadeira fortaleza na Vila Capanema.
O momento de alegria, porém, não durou muito tempo com o Paraná retornando à segunda divisão logo no ano seguinte. Mesmo enfrentando problemas financeiros, o time sonha com o retorno à elite.
No ano passado, sites de apostas online como o da Betway Esportes, não cotavam o Paraná como um dos grandes favoritos ao acesso à Série A, mas a equipe fez uma campanha de superação e quase conseguiu a vaga — terminou em sexto.
Vivendo uma era complicada em sua história, não será fácil o Paraná voltar a ter uma regularidade grande na elite do futebol nacional— como fez durante praticamente toda vitoriosa década de 1990.