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Antigos fiéis, empresários reveem apoio ao governo de Jair Bolsonaro

Eles acreditam que o projeto engendrado por Braga Netto é perigoso e, caso confirmado, pode levar o governo ao caminho do ‘desenvolvimentismo’

Diversos empresários, muitos dos quais formam a cadeia dos principais apoiadores do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), estão desiludidos com o pedido de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça, e das recentes intervenções do ministro da Casa Civil, o general Braga Netto, sobre a economia – escanteando Paulo Guedes, ministro da Economia. Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, é um deles. Em entrevista a VEJA, externou a sua preocupação com a mudança: “O Moro era uma das pérolas do governo. Eu sempre o apoiei, por tudo que ele fez pelo Brasil. Ele é um herói vivo”, disse. “É uma grande perda para o governo Bolsonaro.”

Eles acreditam que o projeto engendrado por Braga Netto é perigoso e, caso confirmado, pode levar o governo ao caminho do ‘desenvolvimentismo’, estratégia usada por governos populistas de crescimento a qualquer custo. “O ministro Paulo Guedes faz um bom trabalho. Eu acredito que, neste momento em que estamos vivendo, nós temos que ter a capacidade de reduzir a máquina pública e acreditar no setor privado. Sou contra a máquina pública voltar a fazer um movimento desenvolvimentista, a criar uma política que era empregada pela Dilma. Já vimos que isso não dá certo”, disse a VEJA Luciano Hang, dono da rede Havan, enquanto visitava a obra de uma futura unidade a ser inaugurada na cidade de Gravataí (RS).

Além do desgosto em ver Guedes perder força à frente da Economia, os empresários se assustaram com a demissão de Sérgio Moro, uma das principais estrelas do governo e o pilar de sustentação de grupos de apoio. “Esperamos não ter uma nova perda do tamanho da do ministro Sérgio Moro, que é um herói vivo da nação brasileira”, afirmou Hang. “O ministro Paulo Guedes e o Sérgio Moro são o que sustentam o apoio do empresariado ao governo. Esperamos que o Paulo Guedes se mantenha no cargo”, complementou.

Para o presidente da rede Polishop, João Appolinário, que também faz parte do movimento Brasil 200, ainda é cedo para avaliar os impactos da saída de Moro na economia e até na popularidade do governo Bolsonaro. “A princípio, não é bom perdermos mais um ministro. Acabamos de ter a saída do Henrique Mandetta [do Ministério da Saúde]. Mas é normal, faz parte da democracia”, disse. “Mas o problema maior do momento é o que estamos vivendo na saúde pública. Isso é ruim. Nós deveríamos estar mais preocupados em resolver esse problema de saúde que estamos vivendo”, alerta.

MSN

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